sexta-feira, 13 de maio de 2022

Quando falta imaginação para escrever um novo texto.

        Escrever um artigo para ser publicado no Blog e ainda compartilhar com amigos e desconhecidos é necessário ter ma inspiração ou comentar sobre algum fato, ou momento vivido. Confesso que apesar de ser um bom contador de histórias, ultimamente nada vem a mente que justifique postar. É estranho e, em simultâneo, normal isto acontecer com as mentes mais brilhantes, imagine a minha, uma pessoa comum;

        Cheguei a conclusão que para escrever é preciso sentar à frente do computador e deixar as ideias saírem e passar para a tela, mesmo que as mesmas não representem nada e é isto que estou fazendo agora. No momento, na minha cidade, a temperatura subiu um pouco, mas tivemos uma madrugada gelada e com isso os sintomas de um resfriado, o que também é normal neste período do ano. Pensando nisso, ontem fui à cidade e já renovei o estoque de analgésico, antitérmicos e não sou uma pessoa hipocondríaca, mas moro num bairro rural onde não existe esta categoria de comércio.

        Ontem, meu neto, que no início de 2021 foi diagnosticado com leucemia, teve o ano inteiro de intenso tratamento num hospital  da cidade de Jaú, resolveu se mudar para esta cidade para dar sequência ao tratamento. Foi, com certeza, o ano mais difícil para ele e para a família, vê-lo lutando pela vida, submetendo a dezenas de transfusões e a drogas fortíssimas, que o debilitaram ao ponto dos 105 quilos iniciais se transformarem em 58 até que o corpo ficou pronto para receber o transplante de medula, única opção de tratamento contra esta nefasta doença. Seu pai foi o doador e felizmente tudo correu bem e agora, totalmente recuperado, resolveu ficar mais próximo do hospital, pois o tratamento preventivo ainda vai durar no mínimo dois anos. Uma luta contra a morte, que ele venceu.

        O que dizer dos demais membros da família? O que era um sonho de dois jovens de ter uma família unida, hoje, passados mais de 50 anos, constatamos os filhos e netos espalhados por várias cidades e o tempo que dedicam a nós, ficam restritos à alguma confraternização especial, ou as ligações via WhatsApp. Dá para reclamar? Não dá! É o mundo que vivemos hoje. Antigamente, tempo que parecia que não tínhamos nada comparado a hoje, tínhamos tudo, A comida era farta, o padeiro e o leiteiro deixavam pão e leite no portão das casas. Os açougues vendiam carnes embrulhada em jornal e ninguém morria por isso. Foi um tempo ótimo, onde a tecnologia era um telefone na casa de uma ou outra pessoa, que às vezes, emprestava para um uso rápido.

        Tudo era diferente, mais simples. Havia mais amizades, os vizinhos se visitavam e as tardes, era normal colocarem cadeiras na calçadas para as conversas entre famílias. Hoje isso tudo acabou. Pessoas moram em apartamentos durantes anos e nem sabem quem mora ao seu lado, nos elevadores mal se cumprimentam e a vida segue, cada um no seu espaço, cercado de gente por todos os lados e cada vez mais sozinhos.  Que fim esperar disso tudo? Como serão nossas crianças daqui a 20 anos? Só o tempo dirá.