terça-feira, 27 de setembro de 2022

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

 

Imagem da atriz que interpreta Liesel no filme

        Faz algum tempo que não escrevo e confesso que embora tenha vontade de fazê-lo a inspiração continua em baixa. Creio ser um problema recorrente de todo mundo que gosta de escrever. No momento, a política tem tomado conta dos noticiários, das conversas entre amigos, até dentro das famílias. Isto é bom, pois estamos discutindo o nosso futuro e como esta publicação esta sendo feita hoje, em setembro de 2022, poderá algum leitor deparar com este texto meses depois e estar feliz ou arrependido da escolha feita, mas aí já será tarde.

        Alternativa para o momento é escolher um bom livro ou ver um bom filme e foi o que fiz. O livro “A Menina que Roubava Livros”, de Markus Zusak eu já havia lido há alguns anos e resolvi reviver assistindo novamente o filme. Com uma produção esmerada, conseguiu passar toda a narrativa que o autor colocou nas paginas do livro. Excelente filme, que recomendo a todos os leitores que eventualmente lerem este texto.

Um rápido resumo do livro e do filme segue abaixo.

        A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente  simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto, sendo enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai roubar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

Os pais adotivos de Liesel no filme 


        Vivendo num mundo de pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de paredes e tocador de acordeom. Homem amoroso,  durante o tempo que passam juntos, por várias e várias noites, lia o livro "Diário de Um Coveiro" para ela, enquanto ensinava Liesel a ler. Quando aprende a ler, se destaca na escola e passa a dedicar todo o tempo livre à literatura. Numa ocasião que o Partido Nazista reúne a população da cidade para uma queima de livros, ele consegue furtar o livro "Homem Invisível" e também com a aquiescência da mulher do prefeito da cidade, ela passa a ter acesso à biblioteca do alcaide.

Cena do filme de Liesel com seu melhor amigo.


A vida dos moradores da cidade é voltada para uma realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Liesel teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista e ajuda a família esconder no porão de sua casa um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte daquele momento vivido pelos alemães. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto. No final, seus pais, muitos de seus amigos morrem por um terrível bombardeio que dizimou totalmente a cidade e ela foi uma das poucas sobrevivente.O livro tornou-se um sucesso absoluto – fato muito raro – de crítica e publico. Recomendo ler o livro e o filme. Vale a pena.

 

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