quinta-feira, 11 de agosto de 2022

UMA VIAGEM QUE DUROU 220 DIAS

             

Depois da comemoração, partiu para viagens

            As festas de fim de ano haviam transcorridos dentro de muita harmonia e confraternização. Todos da família estavam bem de saúde. Durante o ano todo, fiz diversas viagens, todas com intervalo máximo de 10 dias fora e retornava para minha casa. Sempre fora assim desde que assumi a gerência comercial do Instituto de Patologia Clinica H.Pardini, da cidade de Belo Horizonte.




            Nossas férias iniciavam em meados de dezembro e iniciávamos os trabalhos na primeira segunda-feira após a passagem do Réveillon e aquele ano não foi diferente. Pensava em iniciar os trabalhos pela cidade de São Paulo, mas surgiu um problema que necessitou da minha presença na cidade de Campo Grande — MS. A previsão era uma viagem de 10 dias, como sempre fazia, mas desta vez parece que houve uma conspiração do destino e tão logo o problema de Campo Grande foi resolvido, surgiu outro em Cuiabá - MT e como já estava praticamente no meio do caminho, comuniquei a diretoria da empresa e minha família e fui para a capital do Mato Grosso, Ali cheguei ficar por quase duas semanas e tudo ficou resolvido. 

             Já estávamos em fevereiro e estava fazendo quase dois anos que não ia a Porto Velho e resolvi emendar a viagem e dali a Rio Branco no Acre. Com os festejos do Carnaval, a distância de casa, os dias foram passando e já havia chegado o mês de março. Uma viagem que devia durar 10 dias, já completara 02 meses. Quem não conhece o trecho, voltar de Porto Velho você tem que atravessar todo dois estados do Mato Grosso e no retorno, chegando a Rondonópolis, resolvi continuar viajando e dali fui a Goiânia, depois Brasília, de onde pretendia voltar. 

            Ironia a parte, a representante de Palmas, no Estado de Tocantins, adoeceu e o atendimento aos laboratórios da cidade ficou comprometido. Como eu estava relativamente próximo, cerca de 800 quilômetros, viajei para Palmas, agora disposto a fazer todo o norte do Brasil e descer pelo litoral. De Palmas fui a Imperatriz, já no Maranhão e dali até Belém. Ali fiz uma parada de uma semana e deixei o carro na casa da vendedora e fui de avião para Manaus e Boa Vista em Roraima. Com isso, comemorei meu aniversário (21 de abril) na estrada, quando fazia o percurso de volta entre Belém e São Luiz. 


Meus locais de trabalho por 30 anos;


             Já havia chegado o mês de maio e ainda tinha muita cidade para visitar, Teresina, Fortaleza, Mossoró, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Ilhéus, Vitoria, Rio de Janeiro e finalmente São Paulo. Escrevendo este artigo agora, depois de tantos anos, tudo parece um sonho, afinal, numa viagem, visitei todas as capitais do Sudeste, Centro Oeste, Norte, Nordeste, mas garanto que não foi fácil. Voltei para minha casa em meados de agosto. Uma viagem de 10 dias virou uma viagem de 220 dias após minha saída, sem voltar para casa. Rever a família foi o maior presente.

             Esta é a vida de quem escolhe o trabalho de vendas. É um trabalho gratificante, bem remunerado, mas exige uma dedicação total, e a consciência que embora a família seja importante, grandes sacrifícios também serão necessários para atender as necessidades profissionais. Mas valeu a pena cada quilometro percorrido.