sábado, 18 de setembro de 2021

DE VOLTA DO PASSADO

 


            Esta semana recebi esta fotografia de um amigo que não vejo à muitos anos. Mas quem são estas pessoas, que para os leitores deste artigo não representam nada, mas são pessoas importantes que fizeram parte da minha formação. São amigos e professores do Colégio Estadual Jesuíno de Arruda, da cidade de São Carlos, onde cursei ginasial e colegial.

Fachada do Colégio Jesuíno de Arruda


              Olhando atentamente para a foto, vem na memória imagens nítidas de uma fase de minha vida, vivida entre 1964 e 1970  e este período foi ao lado destas pessoas e de outras, tão importantes quanto, que infelizmente não aparecem nesta imagem.

            Hoje, transcorridos mais de 50 deste dia, fico me perguntando quais os caminhos que cada um seguiu, quantos ainda estão por aqui e quantos já partiram? Mas lembrança é para contar, mesmo que ninguém possa se interessar, mas sinto que devo prestar esta homenagem e vou fazer contando um pouco de cada personagem, da esquerda para a direita.

                O primeiro era o diretor da escola, professor Rocha, Rochinha como era chamado. Todos os alunos o temiam e quando um professor encaminhava o aluno para conversar com era um tormento. Ele era duro, mas sempre leal e buscava sempre ajudar o aluno.

Escola Alvaro Guião - onde houve a cerimônia 


                Uma ocasião, causei-lhe uma grande decepção. Eu havia sido um dos vencedores da Olimpíada de Matemática da cidade em 1967 e a cerimônia de premiação dos alunos vencedores foi no anfiteatro da Escola Normal Dr. Alvaro Guião, que se encontrava lotado. Eu era o único aluno do Jesuíno de Arruda homenageado. Como não recebi nenhuma instrução que deveria  ir à cerimônia uniformizado, eu coloquei uma camisa amarela, bem chamativa, que devia ser moda na época e era o único dos homenageados que não estava com uniforme escolar. Quando me chamaram para receber meu troféu, o professor Rocha foi chamado para fazer a entrega, ele ficou ruborizado ao me ver vestido com aquela camisa. Na semana seguinte fui chamado para conversar sobre o ocorrido e levei a maior bronca e para acalmar um pouco a situação eu deixei o troféu na diretoria da escola, mas fiquei com o cheque que recebi. Foi uma grande vitória pessoal e para o colégio. Grande diretor.

                Na foto, um pouco acima, de gravata, um aluno, de nome Mairton, que além de ser um ótimo aluno, se destacava como músico e era quem tocava pistom na fanfarra da escola. Ao lado dele, o amigo que me encaminhou a foto, o Delfino, que embora não estudasse no colégio, era amigo de todos e frequentava a escola em todas as atividades, sendo inclusive ator numa peça de teatro que escrevi em certa ocasião para homenagear os professores. Hoje é empresário no ramo de estacionamento.

Ao lado dele, um aluno talentoso, Carlos Alberto Simone, que  seguiu a carreira acadêmica e hoje é Doutor em Física e é um pesquisador da USP, com grande sucesso na carreira.  A sua frente o Leopoldo, um aluno muito inteligente, que assumiu a diretoria de uma Unidade do SESC. No alto da foto, de paletó preto, é o Mauro, uma pessoa maravilhosa, que infelizmente perdi o contato, mas soube que ele era capitão do exército. Quando escrevi a minha peça “O Pequeno Burguês”, ele foi o personagem principal, bem como a minha querida amiga Yolete, a frente e ao lado do diretor, que além de compartilhar comigo por muitos anos a mesma sala de aula, deu um “show” de interpretação quando da apresentação da peça.

                 A memória falha ao identificar algumas pessoas da foto, mas recordo momentos vividos com todos. Impossível esquecer meus 03 grandes professores que aparecem na imagem; à frente, a professora Marilene Longhim, grande mestre, ensinava física e química e teve morte precoce, vitima de um câncer. No alto, a esquerda, minha querida professora de Desenho, Astir Jorge. Craque na arte e ensinar e como a matéria dela era muito difícil, ela tinha um bordão que usava sempre — “Não deixem tudo para o último dia, pois quem não consegue comer um saco de arroz durante o ano, não vai conseguir comer num só dia”. Nunca tive notícias dela.

                À esquerda da foto, meu grande ídolo: o professor Carlos Gomes e sua esposa. Foi com ele que aprendi Matemática e foi ele quem me incentivou a participar da Olimpíada de Matemática, da qual fui um dos vencedores. Ainda tenho que destacar nesta imagem o meu grande amigo Luis Carlos Bruno, amizade fiel que permanece intacta até agora. Uma das mentes mais brilhantes da nossa escola, teve ao longo da vida grandes desafios e venceu a todos com talento e muito empenho e hoje é um empresário de sucesso.

                Bem, muitos não foram citados, mas fica aqui a minha homenagem a todos. Quero cometar que durante o texto falo em peça de teatro. Bem, certa ocasião, durante uma aula de português, eu ainda com 14 anos, quando a professora Célia de Santis, disse que os alunos deveriam sugerir ideias para a festa do Dia dos Professores, eu prontamente me prontifiquei a fazer uma peça de teatro. Ela concordou de imediato e depois disso e fui dar conta que eu não sabia nada de teatro. O que eu sabia era o que via em peças encenadas em circos  e com este “farto” conhecimento, eu ouvindo de um amigo que fora assistir ao filme "Ao Mestre com Carinho”, grande sucesso na época, me inspirou a escrever uma história com um enrendo semelhante e com muito amadorismo e força de vontade, conseguimos apresentar a peça que foi muito aplaudida e rendeu uma nota 10 na matéria de português.

Minhas inspirações para escrever as peças


              Tempos depois, embalado pela empolgação do sucesso, escrevi outra peça, baseada na música “O Pequeno Burgues”, de Martinho da Vila, montada e apresentada no teatro da escola, tendo com atores os alunos da minha classe. Muitas saudades destes momentos.

Que todos estejam bem!

 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

A Magia do Cimento

                 

Burj Kalifa - O prédio mais alto do mundo

                Você já imaginou o poder do cimento? Creio que milhares de pessoas no mundo nunca se atentaram para a importância do cimento na existência da vida moderna, no dia a dia das pessoas e no poder transformador que este pó de cor cinza pode realizar.

            Não dá para mensurar o que pode ser feito com ele. Uma simples bolinha  ou o maior prédio do mundo., um simples vaso de centro de mesa ou as maiores hidroelétricas; O cimento esta presente como protagonista em todas elas. Nada seria construído sem a esta fantástica criação do homem.

Usina hidroelétrica de Itaipu


                  O cimento, cuja palavra vem do latim "caementum", é um aglomerante hidráulico que, em contato com a água produz uma reação química de cristalização de produtos hidratados, ganhando resistência mecânica. É o principal material de construção usado como aglomerante. Raramente é usado sozinho, mas ao invés é usado para ligar agregados; produz argamassas quando usado com agregados miúdos (areia, cinza, saibro, cal, etc.) ou concreto com agregados miúdos e graúdos. É uma das principais commodities mundiais, servindo até mesmo como indicado econômico (dados obtidos no Wikipédia).

        '         Qual o motivo de escrever este artigo? Vendo outro dia um filme num canal de televisão, ensinava como fazer vasos de cimento. Basicamente era misturar areia e cimento e usar um balde como modelo do vaso que se pretendia fazer. Na condição de aposentado, não dá para ficar o dia todo na frente do computador, imaginado criar textos miraculosos. Impossível! Então a solução é inventar o que fazer com as horas vagas. Antes que alguém julgue meu tempo ocioso, tenho que deixar anotado que estou aposentado por invalidez e não posso exercer nenhuma atividade laboral remunerada. É difícil, mas é o que a vida apresenta e para completar o ato, ao ser aposentado, minha CNH foi cassada, portanto, nem dirigir posso.

                Bem, voltando ao cimento, resolvi seguir o passo a passo e mesmo não tendo o acabamento profissional dos "vaseiros" consegui fazer alguns e é uma ótima terapia, que recomendo a todos, não só para os aposentados ociosos, mas a todos, homens, mulheres, que façam artefatos de cimento nas suas horas de folga. Vão adorar o resultado.

Um pequeno vaso, talvez o primeiro, mas valeu a pena


                  Na semana passada fiz um pequeno vaso para minha esposa plantar suculentas, uma planta que gosta de pouca água e prefere solo arenoso e sabe que o vaso ficou muito bonito! Pois é! Depois de tantos anos de viagem, de uma vida voltada às vendas, eis que descubro que posso ser um artesão amador, usando uma das maravilhas do homem, o cimento.

                     Experimentem.