sábado, 24 de março de 2018

AS MARAVILHAS DO SUL DO BRASIL

Meus amigos Roberto Machado e Jussara Borba da cidade de Pelotas - RS


Quatro semanas! Este é o tempo que precisei para ter uma nova inspiração. O que devia escrever na sequencia? Falar do Rio de Janeiro, de São Paulo? De Goiânia, Brasilia? Em qualquer lugar destes com certeza sairia uma boa historia, mas quero neste e nos próximos capitulo, contar sobre a região sul do Brasil, sobre sua gente, seus costumes, seus principais pontos turísticos, sua culinária e também sobre meus amigos, que não vejo a muitos anos.

Por muitos anos, desde o tempo que era funcionário da LTN, sentia-me atraido pelo sul do país, pela sua cultura, pela sua beleza natural e esta paixão foi se consolidando com a mudança de empregos, primeiramente na Wama e depois no Pardini. Sempre tive no sul as grandes lembranças e as que constam deste artigo foram vividas com muita emoção.
Meu primeiro contato com a região volta ao período de 1984, quando fui contratado pela LTN. A primeira viagem foi a Porto Alegre e é de lá que iniciarei este capitulo.

RIO GRANDE DO SUL


Já contei em capítulos anteriores como foi minha primeira viagem à Porto Alegre, quando em  companhia da Ângela Guerreiro, Soeli e Ruz, fizemos desta a aventura numero 01 de nossas vidas, pois além de estar na estrada por terras estranhas para nós, estavamos entrando numa nova era de nossas vidas, que foi bom para mim e também para meus amigos.


De volta aos anos 90, já no Pardini, após contratação da Jacira para trabalhar em Porto Alegre e região, comecei a desbravar o estado e uma das paradas foi a cidade de Pelotas, região que me ofereceu oportunidade de conhecer dois grandes vendedores e dois grandes amigos: Roberto Machado e Jussara Borba.

Pelotas, para quem nunca teve oportunidade de conhecer, é uma bela cidade, localizada ao sul do estado e a lembrança que guardo do lugar são as praças e os doces caseiros. O melhor doce de banana que encontrei nas minhas viagens.

Quando cheguei a primeira vez em Pelotas, o objetivo era sempre o mesmo, encontrar uma pessoa para ser a representante na região e desta vez quis o destino que eu conversasse com um taxista e ele disse que conhecia um rapaz muito bom, que  talvez eu pudesse aproveitar. Dei o endereço onde estava hospedado e o no final do dia apareceu no hotel para conversar comigo, um rapazinho, ainda com cara de guri, mas muito simpático, alegre e resolvi apostar nele. Roberto Machado, é o nome deste personagem. Apaixonado por motocross, era mecânico de automóveis até então e arranhava no castelhano. Trabalhei com ele alguns dias, visitei sua família e disse que na próxima viagem que eu fizesse à região, iria dar um pulo para conhecer Montevidéu e ele iria comigo.


Passaram entre o primeiro contato e o meu retorno à Pelotas uns 06 meses e após visitar todos os clientes da cidade e também de Rio Grande, eu decidi, após conversar com a empresa, que iria visitar a capital do Uruguai, com o pensamento de colocar ali uma frente avançada. Com as bençãos da diretoria, comprei passagens de ônibus e partimos por volta de 22 horas para um viagem de 587 quilometros. Durou a noite toda. Chegamos a Montevideo pela manhã e ai começou o primeiro problema: o frio.

Creio que todo viajante tem em sua mala de viagens, roupas adequadas para toda as as estações, o que eu tinha também, mas não estava preparado para enfrentar ventos vindo do mar, que deixavam a temperatura na casa dos 2º. Sensação horrível. As roupas que eu tinha comigo não davam a devida proteção e creio que se tivesse alguma fotografia deste momento, seria cômica, pois saia do hotel vestido com várias camisas, uma sobre as outras, blusas e paletós, e mesmo assim, era muito difícil caminhar nas ruas da capital uruguaia, principalmente a noite.

Ficamos hospedados num hotel próximo a rodoviária e o detalhe que recordo foi o sistema de água quente do chuveiro. Era uma caixa, com um certa quantidade de água, com um ponteiro, que indicava o nível da d’água. Aquilo era tudo. Se acabasse, não teria mais. Além do frio e do chuveiro, me recordo de como eram os táxis da cidade. Todos da mesma cor, preto e amarelo, que lembravam muito a camisa de futebol do Peñarol e com o motorista, separado por uma cabine, dentro do carro, que o isolava de contato com o passageiro. Segundo um taxista, o sistema foi criado para proteger os motoristas de assalto. Era uma idéia de vanguarda, na epoca. Hoje, se ainda existir, deveria ser copiado pelos taxistas do Brasil.

É engraçado estar num pais que não é o seu. Tudo parece igual, mas tudo é diferente. Quando visitava um laboratório, o Roberto com seu castelhano meia boca, ia traduzindo o que eu falava e assim visitamos todos os laboratórios da  cidade e ficamos com uma ótima impressão, que se tivéssemos um posto de trabalho por ali, teríamos muito sucesso, mas não foi possível, devido a legislação brasileira, muito burocrática, que não permitia a liberação imediata de amostras de sangue, que era a condição única para o projeto funcionar e com isso, o plano “URUGUAI” ficou resumido apenas a esta viagem.

Trago comigo boas lembranças de Montevideo. As avenidas largas e limpas, as praças com monumentos brilhando, o mar praticamente no centro da cidade e um povo muito hospitaleiro. O engraçado é que quando eu queria conversar com alguém e que o Roberto não estava comigo, eu começava a falar alto, devagar, dando impressão que quem estava conversando comigo devia ser surdo.

Ficamos em Montevideo por 03 dias e depois fomos até Punta del Leste, para conhecer a cidade, visitar os parentes do Roberto e ir ao famoso cassino Hotel Conrad Punta Del Leste. Era a primeira vez que eu entrava em um cassino e fiquei encantado e impressionado com beleza do lugar. Era um mundo novo para mim, que como bom caipira, olhava aquelas maquinas com certa desconfiança, morrendo de vontade de fazer alguma aposta, de ganhar um bom dinheiro, mas também, por falta de conhecimento, perder um dinheiro que iria fazer falta. Então resumi minha ida a um cassino apenas a uma visita.


A cidade de Punta del Leste me ficou na lembrança, não somente pelo cassino, mas pelo sistema de construção, onde a maioria das casas tem a cobertura reta, sem o tradicional V invertido das casas brasileiras. Também o numero de arvores plantadas era muito grande. Creio que vista de cima, em um avião, não dará a quem estiver olhando a ideia da pujança da cidade, visto que a mesma e todo construída em meio às arvores. Lá, também, recordo ter muito automóvel Mercedes Benz, que era raro na epoca, movido a óleo diesel. Inclusive o parente do Roberto foi nos buscar na rodoviária de Punta del Leste usando um carro deste, super conservado, ano 1972.

O que dizer do Cabo de Punta Del Leste. De um lado o Oceano Atlântico, com seu vento soprando sem parar o vento gelado do Polo sul, lá conhecido com Costa Brava e do outro a Costa Mansa, onde uma grande baia, torna as águas do Atlântico doceis e sem ondas, uma enorme piscina. A noite voltamos para Pelotas. Foram poucos dias, mas muito intensos. Aproveitamos todo o tempo que foi possível.  Conhecemos vários lugares e pessoas. Valeu muito a viagem por isso tudo.

Tempos depois, diria, anos depois, o Roberto deixou a empresa e a Jacira, na epoca já supervisora do Rio Grande do Sul, contratou para seu lugar uma linda mulher de nome Jussara Borba, que tive oportunidade de vir conhece-la em uma reunião que fiz com o pessoal do sul, na cidade de Porto Alegre. Hoje, ela mora em uma cidade dos Estados Unidos, próxima a região de Miami e vive com os filhos, um deles, na epoca, era jogador de basquete e por não saber mais detalhes, fico somente com a informação que tinha da epoca. Tivemos uma pequena convivência, mas ficou uma frase carinhosa, que até hoje ela ainda usa quando fala comigo, via internet, quando me chama de “meu diretor”. embora, nunca, na realidade tenha sido. Sempre exerci o cargo de gerente de vendas.

No próximo capitulo contarei um pouco sobre as regiões de Gramado, Santo Angelo, Santa Maria e Passo Fundo.

Continua.

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