Esta
semana estou com minha publicação atrasada em virtude de ter demorado para conseguir as fotos da pessoa que vou homenagear neste artigo. Vou escrever sobre Maria de
Jesus, uma mulher valorosa, que muito nos honrou durante o tempo que
representou o Laboratório Pardini na cidade de Rio Branco, capital do Acre.
Eu
disse no capitulo anterior que havia ido conhecer Rio Branco em companhia da
Brinnya e de seu namorado na epoca e ficamos por lá somente algumas horas e
resolvi adiar este projeto para uma outra ocasião, considerando sempre o custo
beneficio, visto que a capital do ACRE não tinha o movimento necessário para
montagem de uma frente de trabalho.
Fui
dando sequencia no meu trabalho, e desenvolvendo as regiões onde já tinha
vendedores, e focando principalmente nos dois grandes centros que é o Rio de Janeiro e São Paulo, regiões
esta que serão comentadas em detalhes em capítulos futuros.
Eu
tinha curiosidade em conhecer Rio Branco com mais tempo, isto também em função
da historia de Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista, ativista
politico e ambientalista brasileiro, nascido na cidade de Xapuri de 15 de
dezembro de 1944, era casado com Ilzamar Gadelha Mendes e acabou sendo
assassinado em 22 de dezembro de 1988, também na sua cidade natal.
Procurei
saber um pouco mais sobre este brasileiro, tão conhecido e respeitado fora do
Brasil, que publico abaixo um breve resumo de sua vida, conforme dados
publicados no Portal da Educação do
site da UOL
Pobre e iletrado, o pai de Chico Mendes ganhava a vida extraindo látex das seringueiras na floresta amazônica. Aos nove anos, o garoto Francisco Alves Mendes Filho também entrou para a profissão de seringueiro: era sua única opção, já que lhe foi negada a oportunidade de estudar. Até 1970, os donos da terra nos seringais não permitiam a existência de escolas. Chico só foi aprender a ler aos 20 anos de idade. Indignado com as condições de vida dos trabalhadores e dos moradores da região amazônica tornou-se um líder do movimento de resistência pacífica. Defensor da floresta e dos direitos dos seringueiros, ele organizou os trabalhadores para protegerem o ambiente, suas casas e famílias contra a violência e a destruição dos fazendeiros, ganhando apoio internacional. Fundou o movimento sindical no Acre em 1975, com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia.
Participando ativamente das lutas dos seringueiros para impedir
desmatamentos, montou o Conselho
Nacional de Seringueiros, uma organização não-governamental criada para
defender as condições de vida e trabalho das comunidades que dependem da
floresta. Chico Mendes também atuou na
luta pela posse da terra contra os grandes proprietários, algo impossível de se
pensar na região amazônica até os dias de hoje. Dessa forma, entrou em conflito
com os donos de madeireiras, de seringais e de fazendas de gado. Participou da
fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, em 1977, e foi eleito
vereador para a Câmara Municipal local, pelo MDB, único partido de oposição
permitido pela ditadura militar que governava o país (1964-1985). Nessa época,
Chico sofreu as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros. Ao mesmo
tempo, começou a enfrentar vários problemas com seu próprio partido: o MDB não
era solidário às suas lutas. Em 1979, o vereador Chico Mendes lotou a Câmara
Municipal com debates entre lideranças sindicais, populares e religiosas.
Lembre-se: era tempo de ditadura militar
Foi acusado de subversão e passou por interrogatórios nada suaves. Foi
torturado secretamente e, como estava sozinho nessa luta, não podia denunciar o
fato, ou seria morto. Foi assim, em busca de sustentação política, que decidiu
ajudar a criar o Partido dos Trabalhadores (PT), tornando-se seu dirigente no
Acre. Um ano depois de ser torturado, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional,
acusado de ter participado da morte de um fazendeiro na região que assassinara
o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia. Em 1982, tornou-se
presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Xapuri e foi acusado de incitar
posseiros à violência, mas foi absolvido por falta de provas. Quando liderou o
Encontro Nacional dos Seringueiros, em 1985, a luta dos seringueiros começou a
ganhar repercussão nacional e internacional. Sua proposta de "União dos
Povos da Floresta", apresentada na ocasião, pretendia unir os interesses
de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica. Seu projeto incluía a
criação de reservas extrativistas para preservar as áreas indígenas e a
floresta, e a garantia de reforma agrária para beneficiar os seringueiros. Transformado
em símbolo da luta para defender a Amazônia e os povos da floresta, Chico
Mendes recebeu a visita de membros da Unep (órgão do meio ambiente ligado à
"Organização das Nações Unidas em Xapuri, em 1987. Lá, os inspetores viram
a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros, tudo feito com dinheiro
de projetos financiados por bancos internacionais. Logo em seguida, o
ambientalista e líder sindical foi convidado a fazer essas denúncias no
Congresso norte-americano. O resultado dessa viagem a Washington foi imediato:
em um mês, os financiamentos aos projetos de destruição da floresta foram
suspensos. Chico foi acusado na imprensa por fazendeiros e políticos de
prejudicar o "progresso do Estado do Acre". Em contrapartida, recebeu
vários prêmios e homenagens no Brasil e no mundo, como uma das pessoas de mais
destaque na defesa da ecologia. Casado com Ilzamar e pai de Sandino e Elenira,
Chico realizaria alguns de seus sonhos, ao assistir à criação das primeiras
reservas extrativistas no Acre. Também conseguiu a desapropriação do Seringal
Cachoeira, de Darly Alves da Silva, em Xapuri. Foi quando as ameaças de morte
se tornaram mais frequentes: Chico denunciou o fato às autoridades, deu nomes e
pediu proteção policial. Nada conseguiu. Pouco mais de um ano após sua ida ao
Senado dos Estados Unidos, o ativista acabava de completar 44 anos quando foi
assassinado na porta de sua casa. Em 1990, o fazendeiro Darly Alves da Silva e
seu filho, Darci Alves Pereira, foram julgados e condenados a 19 anos de prisão,
pela morte de Chico Mendes. Em dezembro de 2008, vinte anos depois de sua
morte, por decisão do Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da
União de 11 de fevereiro de 2009, Chico Mendes foi anistiado em todos os
processos de subversão que corriam contra ele, e sua viúva Ilzamar Mendes teve
direito a indenização. Na ocasião, o ministro da Justiça, Tarso Genro declarou:
"Chico Mendes era um homem à frente de seu tempo, um homem que construiu
um amplo processo civilizatório. Hoje, o estado está pedindo desculpas pelo que
fez com ele. Chico Mendes foi importante para o Acre e para o Brasil."
Algumas imagens da cidade de Rio Branco- AC |
Eu
sempre pensava em ir para o Acre, mas o trabalho em outras capitais, onde a
receita era maior, fazia com que esta vontade fosse adiada, por anos. Com o crescimento
do trabalho, foi necessário a criação do cargo de supervisores regionais para
poderem acompanhar mais de perto o trabalho dos vendedores, pois sozinho já não
estava conseguindo. Os primeiros supervisores foram para as regiões de São
Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste. Posteriormente para o Sul e Centro Oeste, além
do interior de São Paulo. Estes supervisores trabalhavam diretamente ligados a
mim e isso acelerou o processo de seleção e criação de novas frentes de
trabalho.
Uma
pessoa que tinha sido promovida à supervisora, que já escrevi sobre ela alguns
capítulos atrás foi a Jacira. Coube a ela contratar e treinar vendedores no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina,
Parana, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Rondônia e Acre. Este trabalho durou vários meses, mas lentamente, de
cidade em cidade, acabou chegando em Rio Branco.
Quando
a Jacira estava já hospedada em Rio Branco,
foi tomar um café numa lanchonete da cidade e conversou com a garçonete
que a atendia e disse que estava procurando uma pessoa para trabalhar na coleta
de material, e se ela conhecesse alguém, que a procurasse no hotel e deixou com
ela um cartão de visita.
Logo
mais, no final do dia, esta moça se apresentou a Jacira no hotel e disse que
gostaria de ter o emprego. A Jacira a entrevistou e acabou contratando a nova
funcionária de nome Maria de Jesus. Nativa do Acre, uma pessoal sensacional,
muito esforçada, em pouco tempo, conseguiu dominar todo o trabalho juntos aos
laboratórios e lá permaneceu por muitos anos e até hoje ainda trabalha na área
de laboratório, agora representando um outra empresa.
Mas
eu ainda não conhecia a Maria. Sempre conversamos por telefone e por e-mail,
mas eu,como gerente de vendas, tinha obrigação de trabalho, ir fazer uma visita
a região que a supervisora Jacira havia aberto.
Eu
estava trabalhando em Manaus e resolvi aproveitar a viagem e tomei um voo para
Porto Velho e depois para Rio Branco. Gostava de ir a Porto Velho, não somente pela
amizade que tinha com a Brinnya e com a família dela, mas também por ter
conhecido um rapaz, na epoca que lá estive pela primeira vez, chamado David, se
ofereceu para ser o representante do Pardini, mas eu já havia fechado com a
Brinnya, mas ficamos amigos
Marcamos
uma pescaria no Rio Madeira, na Cachoeira do Teotônio. Neste local havia um
desnível de uns 02 metros e a água passava entre as pedras em alta velocidade,
formando redomoinho e era naqueles lugares que se pegava peixes maiores. Eu
confesso que minha habilidade de pescador se limitava a pegar alguns piaus, nas
águas mais tranquilas, mas vi pescadores capturando peixes bem grandes. O Rio
Madeira é muito poderoso, tanto que o governo acabou construindo duas
barragens, a de Jirau e Santo Antonio.
Outra
pescaria que fizemos juntos foi na Represa do Samuel (podia ser chamada de
Recanto das Piranhas). Um mar de água e também um labirinto. Um pescador menos
avisado, se entrar nesta represa sem um guia, tem muita chance de ficar perdido
por varias horas, pois a represa foi construída num determinado ponto e o lago
da represa invadiu milhares de arvores e a a fauna, principalmente marinha, se
resumia a peixes como tucunaré, piau e piranhas. Pescamos por lá o dia todo e no final
tínhamos umas 50 piranhas, um tucunaré e mais nada. A noite, como é tradição, a
esposa do Davi fez a tradicional sopa de piranha, que de acordo com os
moradores da região, é um prato afrodisíaco.
Tinha
chegado a hora de eu finalmente ir a Rio Branco. Tomei um voo em Porto Velho e
40 minutos depois estava na Capital do Acre. Aluguei um carro e me dirigi ao
hotel, que ficava bem no centro da cidade. Me espantei de cara com a quantidade
de agencias do Banco do Brasil que havia na praça central da cidade: 04. Soube
depois que por te sido o Acre um território, antes de virar Estado, toda
economia era subsidiada pelo Governo, com isso o numero de funcionários públicos
era muito grande.
Maria e sua filha |
Finalmente,
encontrei a Maria. Marcamos se encontrar no hotel que eu estava hospedado e
quando ela chegou, me passou de cara a impressão que era a melhor pessoa para
ser contratada, independente de entrevistar outras e outras. Uma pessoa
simples, humilde, mas muito determinada. Mostrou esta qualidade ao longo do
tempo, onde permaneceu no Pardini por muitos anos, e hoje representa uma grande
empresa do ramo com muito sucesso. Hoje é mãe de uma linda garotinha e já, como
empreendedora, investe no segmento de roupas feitas. Uma grande amiga. Tive
sorte em conhece-la e hoje, embora morando a mais de 4000 quilometros, ainda
mantemos nossa amizade. Que ela seja muito feliz em todos seus projetos.
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