Capitulo
15 – Solidariedade
Esta semana estava difícil
encontrar um tema para desenvolver e resolvi neste capitulo relatar histórias,
algumas já publicadas na página do Ex-Funcionários da LTN, mas tentarei fazer
com que elas fiquem em forma de texto, como se fosse somente uma história e
agradeço a todos por permitirem utilizar seus relatos neste capítulo.
O que é Solidariedade? Veja a
definição de um texto extraído do Internet
Solidariedade é o substantivo feminino que
indica a qualidade de solidário e um sentimento de
identificação em relação ao sofrimento dos outros.
A palavra solidariedade tem origem no
francês solidarité que
também pode remeter para uma responsabilidade recíproca.
Em muitos casos, a solidariedade não
significa apenas reconhecer a situação delicada de uma pessoa ou grupo social,
mas também consiste no ato de ajudar essas pessoas desamparadas. Ex: Depois do terremoto do Haiti, vários
países enviaram ajuda financeira como demonstração de solidariedade.
No âmbito jurídico, a
solidariedade pode dizer respeito a um acordo que um elemento tem um sentido de
obrigação perante outro elemento. Normalmente acontece quando existem vários
devedores interligados por determinados interesses, cujo credor pode cobrar o
pagamento. Neste caso é comum falar de solidariedade tributária,
que está contemplada nos artigos 124 e 125 do Código Nacional Tributário (CTN).
Solidariedade e sociologia
De acordo com o sociólogo francês
Émile Durkheim, existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a
orgânica.
A solidariedade mecânica expressa a parecença entre indivíduos e ajusta
os detalhes da ligação entre esses mesmos indivíduos. Este tipo de
solidariedade se manifesta através da religião, família, dos costumes e
tradições, ou seja, aspectos que contribuem para o vínculo social.
A solidariedade orgânica também tem como objetivo melhorar o vínculo
social, mas isso acontece através da divisão social do trabalho. Neste caso, a
diferenciação entre os indivíduos através do trabalho resulta na solidariedade,
quando existe a interdependência e o reconhecimento que todos são importantes.
Nós éramos solidários? Esta pergunta feita agora, 30 anos depois me faz
chegar à conclusão que éramos uma grande família, solidária na alegria, na
tristeza e as histórias que relatarei mais a frente vão mostrar isso.
Uma simples ajuda a noite, no apartamento, quando um colega estava com
dificuldade de montar um contrato, o famoso PRT, já era um ato de
solidariedade, a disposição de comprometer seu rendimento no trabalho, em
detrimento de levar um amigo junto no seu carro para fazer o odiado TJ, visto
do ponto de vista da supervisão.
Lembrem de quantas vezes vocês usaram seus carros para dar carona a um amigo
no final de semana ou foram de carona com um outro colega? Isto sempre
acontecia. Éramos unidos e esta solidariedade se manifestava das mais
diferentes formas, até uma brincadeira tinha o objetivo de ajudar. Quando um
vendedor era contratado, era titulado de “pezinho”, e literalmente não sabia
nada a não ser o que havia sido ensinado a ele no curso preparatório e se não
fosse os colegas no campo ajudarem, não havia jeito de ter sucesso na carreira.
Vejam esta história que o Lucas contou, que embora muito engraçada,
mostrou muita solidariedade com o pezinho, pois o que ele aprendeu naquelas
horas, deve estar valendo até hoje. Foi mais ou menos assim:
Será que foi este o motel que o Lucas levou o pezinho? |
O Lucas havia recebido uma ficha de um motel que ficava na Rodovia
Raposo Tavares, na cidade de Presidente Prudente. Ele não encontrou ninguém na
primeira visita e voltou outras vezes e ainda assim não encontrava o assinante,
mas aproveitava o tempo para ver algum filme pornô, visto que havia ficado
amigo do pessoal da recepção. A campanha estava chegando no fim e o Lucas
resolveu fazer mais uma tentativa, pois interessava a ele renovar a ficha do
motel. Quando estava saindo para ir visitar o cliente, ainda no estacionamento do
hotel, encontrou um pezinho que estava de bobeira naquele momento e o Lucas o
convidou para ir junto. O sonho de qualquer vendedor principiante era ter
oportunidade de sair com um veterano, pois sempre iria aprender alguma coisa
nova e neste dia não foi diferente.
O vendedor novato entrou no carro do Lucas e a clássica pergunta:
- Onde nós vamos?
- Num motel – respondeu o Lucas sério (coisa rara)
O novato pensou um pouco e perguntou novamente
- Fala sério, onde nós vamos?
- Pô cara, respondeu o Lucas, você não quer se dar bem na empresa?
Então, não seja ingênuo, pois assim não terás futuro. Lembre-se que o silêncio
é saber guardar segredo; é fundamental para um bom relacionamento entre os
colegas e eu na condição de um veterano com mais rodagem, vou te ajudar, mas
precisa guardar segredo, para não ser taxado pelos seus colegas, por isso, o
que acontecer entre nós dois, no quarto, morre aqui. Ok?
O pezinho estava apavorado, se pudesse ele saltaria do carro em
movimento, mas o Lucas todo sério continuou com o teatro e pegou a Raposo
Tavares em direção do motel e quando lá chegou pediu para o seu amigo porteiro
um apartamento, que já conhecendo o espirito de porco do Lucas, começou a rir o
que gerou um protesto do Lucas
- Neste motel não pode entrar casal como a gente?
Neste instante, aproveitando que o carro estava parado na portaria do
Motel, o pezinho abriu a porta do veículo e saiu correndo que nem louco. O
Lucas e o porteiro riram até as lagrimas, mas o pezinho fez sua parte. Guardou
segredo deste “encontro” e evitava cruzar com o Lucas, que sempre que isto
acontecia, para continuar com a sacanagem, o Lucas dava uma piscada, um sorriso
maroto. Contei o milagre, mas o santo ninguém sabe quem foi.
Isto pode aparecer para alguns que foi apenas uma comédia, mas foi um
gesto de solidariedade, pois no fundo havia a mensagem “amigo, você é bem-vindo,
se estou brincando com você é porque você deu mostra de ser uma pessoa do bem e
pode contar comigo e com outros vendedores sempre que precisar.
Sempre houve casos que o vendedor precisava desesperadamente de ajuda e
nem sempre conseguia, as vezes até por birra do supervisor, que na história que
irei relatar mais abaixo, aconteceu com o vendedor Bordino, e por questão de
ética, não citarei o nome do supervisor.
Estado que ficou o carro |
A história contada pela Bordino, ocorreu, segundo ele desta maneira.
Após entrar para o quadro de funcionários da empresa em julho de 1988, na Lista
de São José do Rio Preto, onde foi acolhido por alguns veteranos como a C.
Dourado (a mãezona de todos os novatos), Marco Antonio Quidiguino e outros, mas
a maioria, via de regra, não davam a mínima para novatos.
Naquele ano, a festa de confraternização da empresa foi realizada no
Novotel da cidade de Limeira e na viagem de Rio Preto à Limeira, o Bordino, que
na ocasião estava em companhia do Marco Antonio, perdeu o controle do seu
carro, vindo a capotar. Por sorte, não se feriram, mas o carro ficou bem
danificado e teve que ser rebocado para um posto de estrada e eles foram a
festa de carona.
Após a festa de confraternização, todos saíram de férias e deveriam se
apresentar em janeiro na cidade de Osasco, logicamente, de acordo com as normas
da empresa, todos com seus respectivos carros, mas o Bordino, ainda novo de
empresa, não tinha dinheiro para fazer o conserto do seu veículo e foi
solicitar ao seu supervisor uma ajuda da LTN para realizar o reparo. A resposta
o deixou apavorado, pois o supervisor além de dizer que a empresa não iria
emprestar o dinheiro, se ele não estivesse com carro para trabalhar iria ser
dispensado.
O Bordino, embora ainda no início, dava mostra de vir a ser um grande
vendedor, o que acabou acontecendo no futuro, veio conversar comigo, com o
Silvio e com o Paulo Cesar e conseguimos que a empresa emprestasse o dinheiro
para ele consertar o carro. O seu supervisor também teria conseguido isso, mas
não se mostrou solidário naquele episódio.
Dá pra imaginar o Aloisio Junior dirigindo o fusca a noite com o vidro quebrado |
Tem uma história de solidariedade contada pelo José Carlos Fecuri, o Kaká,
que resume tudo o que pretendo escrever neste capítulo. Para que o texto seja
fiel a narrativa, vou publica-lo como foi enviado. Foi, talvez, a maior mostra
de solidariedade que um vendedor mostrou para outro. Veja como foi:
Nessa história o Aloisio Junior foi um verdadeiro
cavalheiro, um gentleman com a Léa. Estávamos indo de Vitória para Salvador à
noite e de madrugada começou uma chuva muito forte. Me lembro que estávamos em
3 ou 4 carros. O Tonico, Morales, Léa e Clodomiro.
Não tenho certeza se tinha mais algum.
Depois de passarmos pela região de Itabuna, o parabrisa
do fusca da Léa estourou e encheu de vidro e água da chuva todo o carro. O
Junior se prontificou a assumir o volante sozinho e
continuar a viagem. A Léa foi para outro carro. A chuva fria encharcou o Junior
durante toda a noite. Chegamos na Ilha de Itaparica para fazer a travessia para
Salvador, quase amanhecendo o dia. Ficamos
em Salvador umas semanas e fomos para Aracaju, depois Maceió.
Lá o
Junior começou a tossir constantemente. A tosse não parava… Seguimos para
Recife, num hotel em Boa Viagem. A tosse piorou. Eu era o companheiro de quarto
do Junior. Certa madrugada eu acordei com um grande barulho dentro do quarto e
ao acender a luz, vi o meu amigo numa poça de sangue na cama. Ele vomitava
sangue em grande quantidade.
Imediatamente
acordei o Sidney e alguns colegas. Ele foi levado ao hospital onde constatou-se
ser uma tuberculose. Ele foi hospitalizado imediatamente e ficou em tratamento
de urgência até
ser transferido no dia seguinte para São Paulo, onde já era esperado com todo o aparato de emergência no aeroporto.
ser transferido no dia seguinte para São Paulo, onde já era esperado com todo o aparato de emergência no aeroporto.
Foi muito
difícil e triste. Levamos ele ao aeroporto e nos despedimos. Ele havia tomado
um medicamento para uma relativa coagulação que impedia a hemorragia durante o
vôo. Sei que ele foi muito bem tratado durante um bom tempo e voltou gordinho e
saudável. Nós precisamos fazer um teste chamado "Mantoux" para ver se
ninguém havia sido contaminado, principalmente eu que era colega de quarto.
Todos estavam bem. Essa foi uma passagem inesquecível, pelo desprendimento e solidariedade
desse grande amigo. Grande abraço Junior!!
Eu
escrevi num dos capítulos anteriores que o Silvio era o supervisor que todos
adoravam trabalhar. Sujeito calmo, de voz mansa, dificilmente criava atrito ou
confusão com vendedor, independente de que equipe fosse. Entre a supervisão,
era sempre um exemplo a ser seguido, de modéstia e muita inteligência, não que
os outros também não fossem, mas cada um tinha uma forma de trabalhar. Uns eram
duros, exigentes e outros mais complacentes, entre os quais eu me incluía.
Nunca gostei de ser notícia, principalmente do tipo que os vendedores
comentavam depois, tipo, pô, este supervisor só pensa em ferrar. Está foda
trabalhar com ele assim.
Poderia ser o lema e o objetivo do GAMA |
Bem certa
ocasião, o Silvio, numa edição da Lista de Araçatuba encabeçou, junto com
outros amigos, uma ideia de montar um fundo de ajuda mutua, e criaram um grupo
chamado GAMA (Grupo de Ajuda Mútua entre Amigos)Com a proposta de um
encontro semanal, tinha o propósito de oferecer ajuda psicológica e até
financeira para os companheiros que saiam de casa e deixavam problemas
pendentes. Problemas de relacionamento, de saúde, quebra ou acidente de carro, enfim,
problemas em geral. Como estava previsto uma contribuição em dinheiro para a
formação de fundo para realização de empréstimos, acharam por bem manter esse
grupo em off, sendo que, novos participantes poderiam entrar somente quando
trazidos por alguém do grupo. Foi o suficiente para que fossem taxados de subversivos
porque estavam, no julgamento equivocado de quem não sabia de que se tratava,
conspirando contra a Empresa. Foi um grande gesto de solidariedade que acabou
sendo abortado devido a insensatez de alguns, que com o passar do tempo, passou
a ser mais frequente, tema que detalharei em outra ocasião. Isso tudo, somente
porque não era uma prática habitual ajudar os companheiros em dificuldades.
Histórias de solidariedade são tantas, que
daria para escrever um livro somente sobre este tema, mas vou encurtar,
contando como os vendedores também eram solidários entre eles, até para
aprontar com a supervisão. Não era uma tarefa tão difícil assim, pois quando o
vendedor saia para trabalhar, nos, da supervisão não tínhamos mais contato com
eles, a não ser no final do dia ou se houvesse alguma situação que necessitasse
de nossa presença ou atenção. Bem, o que vou relatar aqui aconteceu debaixo de
nosso nariz, mas especificamente do meu.
A campanha na cidade de São Carlos estava no
final e os vendedores combinaram fazer um churrasco, sem que nós, da supervisão
soubesse, é claro, na Represa do Broa, um lugar muito bonito, que por acaso é
onde moro hoje. Neste dia, pedi para o vendedor Bordino, levasse com ele, para
mostrar como era o trabalho, o meu filho mais velho, o Evandro.
Deram um balão na supervisão e foram para um churrasco no Broa |
O Bordino não podia dizer que aquele dia ele
não ia trabalhar e sim que ia ao churrasco já combinado com uns 10 vendedores,
mas o que fazer com o meu filho? Se ele fosse trabalhar, iria furar com os
outros que já estavam no Broa e ele já tinha pago a sua parte. Se contasse para
mim, corria o risco de sofrer algum tipo de sanção, então fez o que era
improvável: levou meu filho com ele para o churrasco. Nem precisa dizer como
foi recebido. Só não levou uns tapas na orelha, porque a turma era muito amiga,
mas foi xingado por todos, que diziam, onde se viu trazer para o churrasco o
filho de um supervisor? O churrasco ocorreu em paz, se divertiram muito,
inclusive meu filho e fiquei sabendo desta história somente muito tempo depois.
Até meu filho ficou cúmplice da situação.
Teve uma ocasião que a vítima fui eu.
Estávamos em campanha na cidade de Araçatuba e tudo estava dentro da
normalidade, até que de repente, sinto uma dor violenta nas costas. Não tinha
nada até aquele instante. Eu me contorcia de dor, suava frio e os supervisores
prestaram socorro imediatamente e me levaram para a Santa Casa, que ficava
próxima ao Hotel Chamonix, onde estávamos hospedados. Lá, foi feito o
diagnóstico: pedra no rim. Lá mesmo, me aplicaram uma dose de Buscopan na veia
e após a dor ter cessado, voltei ao trabalho, mas foi só o tempo do efeito
acabar e a dor voltar com a mesma intensidade. Me indicaram tomar chá com folha
de abacate, que ajudava eliminar a pedra e o Gilberto, o gerente do hotel
providenciou uns 05 litros do chá para mim e eu tomava de hora em hora, mas
nada da dor cessar. Defronte ao hotel, tinha uma farmácia e na época não havia
restrição quanto aplicação de injeção, como hoje e eu fiquei uns 03 dias
tomando chá de folha de abacate e Buscopan a cada 06 horas. Voltei a Santa Casa
e fizerem um raio x e o médico que me atendeu, disse que o caso era cirúrgico e
não dava para fazer a cirurgia em Araçatuba, devido ao plano de saúde não
prever este tipo de procedimento fora de suas unidades.
Ai, entrou a solidariedade. Me recordo que
eles conseguiram junto a gerencia que eu fosse enviado de avião, imediatamente
para São Paulo, onde eu poderia ser melhor atendido. Embarquei num turbo hélice
da TAM, com escalas em Bauru, com chegada prevista no Aeroporto de Congonhas
por volta de 18 horas. As aeromoças já tinham sido avisadas da minha situação e
trataram de me colocar na poltrona do meio do avião, onde havia mais espaço e
durante o voo me deram analgésico para aliviar a dor, que era intensa.
Onde passei 15 dias internado |
Chegando a São Paulo, estava literalmente
sozinho, pois todos os vendedores estavam em viagem e o pessoal administrativo
da LTN já tinham encerrado o atendimento, então peguei um táxi e fui para o
hospital, que fica localizado próximo à Estação do Metro Ana Costa, que
hoje pertence a Amil e fui prontamente atendido pela equipe de plantão, que me
colocou numa sala da enfermagem e aplicou o medicamento com um frasco de soro.
Eu estava muito preocupado, caso o soro acabasse, a enfermagem mandasse eu
embora do hospital, pois precisava passar por uma consulta com um especialista
em urologia e para que isso não acontecesse, eu reduzia a saída do cotejamento
do soro, com o propósito de demorar o máximo de tempo e assim, mesmo sem
dormir, consegui passar a noite na enfermaria.
No dia seguinte, fui encaminhado para o
médico especialista, que analisou as radiografias e mandou que eu fosse
internado e que seria operado mais breve possível. Entretanto, eu precisava que
a LTN enviasse ao hospital documentos do meu vínculo com a empresa e o contrato
com o plano de saúde, coisas que hoje são simplificadas, mas na época era muito
burocrático.
Já no quarto, tinha como companheiro um rapaz
que havia sofrido um acidente de carro e fraturado o pé e já estava internado a
mais de 90 dias. Este rapaz, cujo nome era Ademar, me mostrou um mundo que eu
desconhecia completamente. O ato de amor ao próximo. Eu fiquei hospitalizado
uns 15 dias, mas uns 08 dias fiquei em tratamento pré cirúrgico e como estava
sob efeito de medicamento, não sentia mais dor alguma e podia me locomover,
passei, junto com o Ademar a visitar e ajudar outros internados. Haviam dezenas
de doentes acamados e o simples ato de ir e ficar conversando com esta pessoa,
ajeitando um travesseiro, servindo um pouco de água para os que não podia
levantar ou mesmo colocando um urinol entre suas pernas para ele urinar, era
tudo muito simples para mim, mas era uma ajuda enorme para quem estava
precisando.
Chegou o dia da minha cirurgia e ganhei de
lembrança uma cicatriz de 15 cm no meu lado direito e o médico tirou uma pedra
do tamanha de um caroço de azeitona e minha recuperação depois disso foi rápida
e 03 dias depois já estava voltando para minha casa em Descalvado. Assim que
recuperei, recordo que o Meneghetti gentilmente me levou em seu carro até
Araçatuba para pegar meu carro e depois fomos até Presidente Prudente continuar
a campanha. Fiquei afastado uns 30 dias, mas foram dias que marcaram para
sempre minha vida.
Um abraço coletivo |
Para finalizar este capitulo, vou relatar um
fato acontecido em Osasco com o nosso companheiro Campanholi. Para quem não
lembra ou não o conheceu, era um vendedor da cidade de Campinas, magro, alegre
e tinha um bom relacionamento com a equipe. Era a primeira campanha que
trabalhávamos juntos e o combinado era a equipe se encontrar na hora do almoço
na Praça Central, onde havia um grande supermercado. Pela manhã, fiquei fazendo
minhas tarefas, mas durante este período recebi um telefonema, informando que o
pai do Campanholi havia falecido. Comunicar notícia de morte não é fácil para
ninguém e sobrou para mim fazer este comunicado e fui encontrar com eles na
Praça Central de Osasco e estava procurando palavras para dizer o ocorrido, mas
não tinha nada que ficasse simpático a não ser comunicar o falecimento do seu
pai.
O Campanholi começou a chorar e eu o abracei
e ficamos caminhando lentamente de um lado para o outro e os demais vendedores
foram se aproximando e todos nos abraçamos, formando uma grande roda em volta
do nosso companheiro. Ficamos assim por alguns minutos e dali ele foi direto
para sua casa acompanhar o funeral. Quando ele voltou, veio agradecer um a um
da equipe pela força e pela solidariedade que havia sido demonstrada.
Assim segue a vida. Um ajudava o outro e
assim foi possível enfrentar todas as adversidades que éramos obrigados a
enfrentar no dia a dia. Pequenos gestos que marcaram a vida de muitos
vendedores. Sim, havia muita solidariedade.
Este assunto é muito abrangente e deve existir centenas de historias vividas por cada um dos vendedores, mas não tenho acesso a elas, portanto, fica aqui o convite: caso receba de vocês durante esta semana, historias sobre solidariedade que vivenciaram, publicarei o próximo capitulo somente com os textos que receber,
Fico no aguardo.
Este assunto é muito abrangente e deve existir centenas de historias vividas por cada um dos vendedores, mas não tenho acesso a elas, portanto, fica aqui o convite: caso receba de vocês durante esta semana, historias sobre solidariedade que vivenciaram, publicarei o próximo capitulo somente com os textos que receber,
Fico no aguardo.
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