sexta-feira, 10 de março de 2017


Capitulo 15 – Solidariedade

Esta semana estava difícil encontrar um tema para desenvolver e resolvi neste capitulo relatar histórias, algumas já publicadas na página do Ex-Funcionários da LTN, mas tentarei fazer com que elas fiquem em forma de texto, como se fosse somente uma história e agradeço a todos por permitirem utilizar seus relatos neste capítulo.



O que é Solidariedade? Veja a definição de um texto extraído do Internet

Solidariedade é o substantivo feminino que indica a qualidade de solidário e um sentimento de identificação em relação ao sofrimento dos outros.
A palavra solidariedade tem origem no francês solidarité que também pode remeter para uma responsabilidade recíproca.
Em muitos casos, a solidariedade não significa apenas reconhecer a situação delicada de uma pessoa ou grupo social, mas também consiste no ato de ajudar essas pessoas desamparadas. Ex: Depois do terremoto do Haiti, vários países enviaram ajuda financeira como demonstração de solidariedade.
No âmbito jurídico, a solidariedade pode dizer respeito a um acordo que um elemento tem um sentido de obrigação perante outro elemento. Normalmente acontece quando existem vários devedores interligados por determinados interesses, cujo credor pode cobrar o pagamento. Neste caso é comum falar de solidariedade tributária, que está contemplada nos artigos 124 e 125 do Código Nacional Tributário (CTN).
Solidariedade e sociologia
De acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim, existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica expressa a parecença entre indivíduos e ajusta os detalhes da ligação entre esses mesmos indivíduos. Este tipo de solidariedade se manifesta através da religião, família, dos costumes e tradições, ou seja, aspectos que contribuem para o vínculo social.
A solidariedade orgânica também tem como objetivo melhorar o vínculo social, mas isso acontece através da divisão social do trabalho. Neste caso, a diferenciação entre os indivíduos através do trabalho resulta na solidariedade, quando existe a interdependência e o reconhecimento que todos são importantes.
Nós éramos solidários? Esta pergunta feita agora, 30 anos depois me faz chegar à conclusão que éramos uma grande família, solidária na alegria, na tristeza e as histórias que relatarei mais a frente vão mostrar isso.
Uma simples ajuda a noite, no apartamento, quando um colega estava com dificuldade de montar um contrato, o famoso PRT, já era um ato de solidariedade, a disposição de comprometer seu rendimento no trabalho, em detrimento de levar um amigo junto no seu carro para fazer o odiado TJ, visto do ponto de vista da supervisão.
Lembrem de quantas vezes vocês usaram seus carros para dar carona a um amigo no final de semana ou foram de carona com um outro colega? Isto sempre acontecia. Éramos unidos e esta solidariedade se manifestava das mais diferentes formas, até uma brincadeira tinha o objetivo de ajudar. Quando um vendedor era contratado, era titulado de “pezinho”, e literalmente não sabia nada a não ser o que havia sido ensinado a ele no curso preparatório e se não fosse os colegas no campo ajudarem, não havia jeito de ter sucesso na carreira.
Vejam esta história que o Lucas contou, que embora muito engraçada, mostrou muita solidariedade com o pezinho, pois o que ele aprendeu naquelas horas, deve estar valendo até hoje. Foi mais ou menos assim:
Será que foi este o motel que o Lucas levou o pezinho?
O Lucas havia recebido uma ficha de um motel que ficava na Rodovia Raposo Tavares, na cidade de Presidente Prudente. Ele não encontrou ninguém na primeira visita e voltou outras vezes e ainda assim não encontrava o assinante, mas aproveitava o tempo para ver algum filme pornô, visto que havia ficado amigo do pessoal da recepção. A campanha estava chegando no fim e o Lucas resolveu fazer mais uma tentativa, pois interessava a ele renovar a ficha do motel. Quando estava saindo para ir visitar o cliente, ainda no estacionamento do hotel, encontrou um pezinho que estava de bobeira naquele momento e o Lucas o convidou para ir junto. O sonho de qualquer vendedor principiante era ter oportunidade de sair com um veterano, pois sempre iria aprender alguma coisa nova e neste dia não foi diferente.
O vendedor novato entrou no carro do Lucas e a clássica pergunta:
- Onde nós vamos?
- Num motel – respondeu o Lucas sério (coisa rara)
O novato pensou um pouco e perguntou novamente
- Fala sério, onde nós vamos?
- Pô cara, respondeu o Lucas, você não quer se dar bem na empresa? Então, não seja ingênuo, pois assim não terás futuro. Lembre-se que o silêncio é saber guardar segredo; é fundamental para um bom relacionamento entre os colegas e eu na condição de um veterano com mais rodagem, vou te ajudar, mas precisa guardar segredo, para não ser taxado pelos seus colegas, por isso, o que acontecer entre nós dois, no quarto, morre aqui. Ok?
O pezinho estava apavorado, se pudesse ele saltaria do carro em movimento, mas o Lucas todo sério continuou com o teatro e pegou a Raposo Tavares em direção do motel e quando lá chegou pediu para o seu amigo porteiro um apartamento, que já conhecendo o espirito de porco do Lucas, começou a rir o que gerou um protesto do Lucas
- Neste motel não pode entrar casal como a gente?
Neste instante, aproveitando que o carro estava parado na portaria do Motel, o pezinho abriu a porta do veículo e saiu correndo que nem louco. O Lucas e o porteiro riram até as lagrimas, mas o pezinho fez sua parte. Guardou segredo deste “encontro” e evitava cruzar com o Lucas, que sempre que isto acontecia, para continuar com a sacanagem, o Lucas dava uma piscada, um sorriso maroto. Contei o milagre, mas o santo ninguém sabe quem foi.
Isto pode aparecer para alguns que foi apenas uma comédia, mas foi um gesto de solidariedade, pois no fundo havia a mensagem “amigo, você é bem-vindo, se estou brincando com você é porque você deu mostra de ser uma pessoa do bem e pode contar comigo e com outros vendedores sempre que precisar.
Sempre houve casos que o vendedor precisava desesperadamente de ajuda e nem sempre conseguia, as vezes até por birra do supervisor, que na história que irei relatar mais abaixo, aconteceu com o vendedor Bordino, e por questão de ética, não citarei o nome do supervisor.
Estado que ficou o carro
A história contada pela Bordino, ocorreu, segundo ele desta maneira. Após entrar para o quadro de funcionários da empresa em julho de 1988, na Lista de São José do Rio Preto, onde foi acolhido por alguns veteranos como a C. Dourado (a mãezona de todos os novatos), Marco Antonio Quidiguino e outros, mas a maioria, via de regra, não davam a mínima para novatos.
Naquele ano, a festa de confraternização da empresa foi realizada no Novotel da cidade de Limeira e na viagem de Rio Preto à Limeira, o Bordino, que na ocasião estava em companhia do Marco Antonio, perdeu o controle do seu carro, vindo a capotar. Por sorte, não se feriram, mas o carro ficou bem danificado e teve que ser rebocado para um posto de estrada e eles foram a festa de carona.
Após a festa de confraternização, todos saíram de férias e deveriam se apresentar em janeiro na cidade de Osasco, logicamente, de acordo com as normas da empresa, todos com seus respectivos carros, mas o Bordino, ainda novo de empresa, não tinha dinheiro para fazer o conserto do seu veículo e foi solicitar ao seu supervisor uma ajuda da LTN para realizar o reparo. A resposta o deixou apavorado, pois o supervisor além de dizer que a empresa não iria emprestar o dinheiro, se ele não estivesse com carro para trabalhar iria ser dispensado.
O Bordino, embora ainda no início, dava mostra de vir a ser um grande vendedor, o que acabou acontecendo no futuro, veio conversar comigo, com o Silvio e com o Paulo Cesar e conseguimos que a empresa emprestasse o dinheiro para ele consertar o carro. O seu supervisor também teria conseguido isso, mas não se mostrou solidário naquele episódio.
Dá pra imaginar o Aloisio Junior dirigindo o fusca a noite com o vidro quebrado
Tem uma história de solidariedade contada pelo José Carlos Fecuri, o Kaká, que resume tudo o que pretendo escrever neste capítulo. Para que o texto seja fiel a narrativa, vou publica-lo como foi enviado. Foi, talvez, a maior mostra de solidariedade que um vendedor mostrou para outro. Veja como foi:
Nessa história o Aloisio Junior foi um verdadeiro cavalheiro, um gentleman com a Léa. Estávamos indo de Vitória para Salvador à noite e de madrugada começou uma chuva muito forte. Me lembro que estávamos em 3 ou 4 carros. O Tonico, Morales, Léa e Clodomiro.
Não tenho certeza se tinha mais algum.
Depois de passarmos pela região de Itabuna, o parabrisa do fusca da Léa estourou e encheu de vidro e água da chuva todo o carro. O Junior se prontificou a assumir o volante sozinho e continuar a viagem. A Léa foi para outro carro. A chuva fria encharcou o Junior durante toda a noite. Chegamos na Ilha de Itaparica para fazer a travessia para Salvador, quase amanhecendo o dia. Ficamos em Salvador umas semanas e fomos para Aracaju, depois Maceió.
Lá o Junior começou a tossir constantemente. A tosse não parava… Seguimos para Recife, num hotel em Boa Viagem. A tosse piorou. Eu era o companheiro de quarto do Junior. Certa madrugada eu acordei com um grande barulho dentro do quarto e ao acender a luz, vi o meu amigo numa poça de sangue na cama. Ele vomitava sangue em grande quantidade.
Imediatamente acordei o Sidney e alguns colegas. Ele foi levado ao hospital onde constatou-se ser uma tuberculose. Ele foi hospitalizado imediatamente e ficou em tratamento de urgência até 
 ser transferido no dia seguinte para São Paulo, onde já era esperado com todo o aparato de emergência no aeroporto.
Foi muito difícil e triste. Levamos ele ao aeroporto e nos despedimos. Ele havia tomado um medicamento para uma relativa coagulação que impedia a hemorragia durante o vôo. Sei que ele foi muito bem tratado durante um bom tempo e voltou gordinho e saudável. Nós precisamos fazer um teste chamado "Mantoux" para ver se ninguém havia sido contaminado, principalmente eu que era colega de quarto. Todos estavam bem. Essa foi uma passagem inesquecível, pelo desprendimento e solidariedade desse grande amigo. Grande abraço Junior!!
 Eu escrevi num dos capítulos anteriores que o Silvio era o supervisor que todos adoravam trabalhar. Sujeito calmo, de voz mansa, dificilmente criava atrito ou confusão com vendedor, independente de que equipe fosse. Entre a supervisão, era sempre um exemplo a ser seguido, de modéstia e muita inteligência, não que os outros também não fossem, mas cada um tinha uma forma de trabalhar. Uns eram duros, exigentes e outros mais complacentes, entre os quais eu me incluía. Nunca gostei de ser notícia, principalmente do tipo que os vendedores comentavam depois, tipo, pô, este supervisor só pensa em ferrar. Está foda trabalhar com ele assim.
Poderia ser o lema e o objetivo do GAMA
Bem certa ocasião, o Silvio, numa edição da Lista de Araçatuba encabeçou, junto com outros amigos, uma ideia de montar um fundo de ajuda mutua, e criaram um grupo chamado GAMA (Grupo de Ajuda Mútua entre Amigos)Com a proposta de um encontro semanal, tinha o propósito de oferecer ajuda psicológica e até financeira para os companheiros que saiam de casa e deixavam problemas pendentes. Problemas de relacionamento, de saúde, quebra ou acidente de carro, enfim, problemas em geral. Como estava previsto uma contribuição em dinheiro para a formação de fundo para realização de empréstimos, acharam por bem manter esse grupo em off, sendo que, novos participantes poderiam entrar somente quando trazidos por alguém do grupo. Foi o suficiente para que fossem taxados de subversivos porque estavam, no julgamento equivocado de quem não sabia de que se tratava, conspirando contra a Empresa. Foi um grande gesto de solidariedade que acabou sendo abortado devido a insensatez de alguns, que com o passar do tempo, passou a ser mais frequente, tema que detalharei em outra ocasião. Isso tudo, somente porque não era uma prática habitual ajudar os companheiros em dificuldades.
Histórias de solidariedade são tantas, que daria para escrever um livro somente sobre este tema, mas vou encurtar, contando como os vendedores também eram solidários entre eles, até para aprontar com a supervisão. Não era uma tarefa tão difícil assim, pois quando o vendedor saia para trabalhar, nos, da supervisão não tínhamos mais contato com eles, a não ser no final do dia ou se houvesse alguma situação que necessitasse de nossa presença ou atenção. Bem, o que vou relatar aqui aconteceu debaixo de nosso nariz, mas especificamente do meu.
A campanha na cidade de São Carlos estava no final e os vendedores combinaram fazer um churrasco, sem que nós, da supervisão soubesse, é claro, na Represa do Broa, um lugar muito bonito, que por acaso é onde moro hoje. Neste dia, pedi para o vendedor Bordino, levasse com ele, para mostrar como era o trabalho, o meu filho mais velho, o Evandro.
Deram um balão na supervisão e foram para um churrasco no Broa
O Bordino não podia dizer que aquele dia ele não ia trabalhar e sim que ia ao churrasco já combinado com uns 10 vendedores, mas o que fazer com o meu filho? Se ele fosse trabalhar, iria furar com os outros que já estavam no Broa e ele já tinha pago a sua parte. Se contasse para mim, corria o risco de sofrer algum tipo de sanção, então fez o que era improvável: levou meu filho com ele para o churrasco. Nem precisa dizer como foi recebido. Só não levou uns tapas na orelha, porque a turma era muito amiga, mas foi xingado por todos, que diziam, onde se viu trazer para o churrasco o filho de um supervisor? O churrasco ocorreu em paz, se divertiram muito, inclusive meu filho e fiquei sabendo desta história somente muito tempo depois. Até meu filho ficou cúmplice da situação.
Teve uma ocasião que a vítima fui eu. Estávamos em campanha na cidade de Araçatuba e tudo estava dentro da normalidade, até que de repente, sinto uma dor violenta nas costas. Não tinha nada até aquele instante. Eu me contorcia de dor, suava frio e os supervisores prestaram socorro imediatamente e me levaram para a Santa Casa, que ficava próxima ao Hotel Chamonix, onde estávamos hospedados. Lá, foi feito o diagnóstico: pedra no rim. Lá mesmo, me aplicaram uma dose de Buscopan na veia e após a dor ter cessado, voltei ao trabalho, mas foi só o tempo do efeito acabar e a dor voltar com a mesma intensidade. Me indicaram tomar chá com folha de abacate, que ajudava eliminar a pedra e o Gilberto, o gerente do hotel providenciou uns 05 litros do chá para mim e eu tomava de hora em hora, mas nada da dor cessar. Defronte ao hotel, tinha uma farmácia e na época não havia restrição quanto aplicação de injeção, como hoje e eu fiquei uns 03 dias tomando chá de folha de abacate e Buscopan a cada 06 horas. Voltei a Santa Casa e fizerem um raio x e o médico que me atendeu, disse que o caso era cirúrgico e não dava para fazer a cirurgia em Araçatuba, devido ao plano de saúde não prever este tipo de procedimento fora de suas unidades.
Ai, entrou a solidariedade. Me recordo que eles conseguiram junto a gerencia que eu fosse enviado de avião, imediatamente para São Paulo, onde eu poderia ser melhor atendido. Embarquei num turbo hélice da TAM, com escalas em Bauru, com chegada prevista no Aeroporto de Congonhas por volta de 18 horas. As aeromoças já tinham sido avisadas da minha situação e trataram de me colocar na poltrona do meio do avião, onde havia mais espaço e durante o voo me deram analgésico para aliviar a dor, que era intensa.

Onde passei 15 dias internado
Chegando a São Paulo, estava literalmente sozinho, pois todos os vendedores estavam em viagem e o pessoal administrativo da LTN já tinham encerrado o atendimento, então peguei um táxi e fui para o hospital, que fica localizado próximo à Estação do Metro Ana Costa, que hoje pertence a Amil e fui prontamente atendido pela equipe de plantão, que me colocou numa sala da enfermagem e aplicou o medicamento com um frasco de soro. Eu estava muito preocupado, caso o soro acabasse, a enfermagem mandasse eu embora do hospital, pois precisava passar por uma consulta com um especialista em urologia e para que isso não acontecesse, eu reduzia a saída do cotejamento do soro, com o propósito de demorar o máximo de tempo e assim, mesmo sem dormir, consegui passar a noite na enfermaria.
No dia seguinte, fui encaminhado para o médico especialista, que analisou as radiografias e mandou que eu fosse internado e que seria operado mais breve possível. Entretanto, eu precisava que a LTN enviasse ao hospital documentos do meu vínculo com a empresa e o contrato com o plano de saúde, coisas que hoje são simplificadas, mas na época era muito burocrático.
Já no quarto, tinha como companheiro um rapaz que havia sofrido um acidente de carro e fraturado o pé e já estava internado a mais de 90 dias. Este rapaz, cujo nome era Ademar, me mostrou um mundo que eu desconhecia completamente. O ato de amor ao próximo. Eu fiquei hospitalizado uns 15 dias, mas uns 08 dias fiquei em tratamento pré cirúrgico e como estava sob efeito de medicamento, não sentia mais dor alguma e podia me locomover, passei, junto com o Ademar a visitar e ajudar outros internados. Haviam dezenas de doentes acamados e o simples ato de ir e ficar conversando com esta pessoa, ajeitando um travesseiro, servindo um pouco de água para os que não podia levantar ou mesmo colocando um urinol entre suas pernas para ele urinar, era tudo muito simples para mim, mas era uma ajuda enorme para quem estava precisando.
Chegou o dia da minha cirurgia e ganhei de lembrança uma cicatriz de 15 cm no meu lado direito e o médico tirou uma pedra do tamanha de um caroço de azeitona e minha recuperação depois disso foi rápida e 03 dias depois já estava voltando para minha casa em Descalvado. Assim que recuperei, recordo que o Meneghetti gentilmente me levou em seu carro até Araçatuba para pegar meu carro e depois fomos até Presidente Prudente continuar a campanha. Fiquei afastado uns 30 dias, mas foram dias que marcaram para sempre minha vida.
Um abraço coletivo 
Para finalizar este capitulo, vou relatar um fato acontecido em Osasco com o nosso companheiro Campanholi. Para quem não lembra ou não o conheceu, era um vendedor da cidade de Campinas, magro, alegre e tinha um bom relacionamento com a equipe. Era a primeira campanha que trabalhávamos juntos e o combinado era a equipe se encontrar na hora do almoço na Praça Central, onde havia um grande supermercado. Pela manhã, fiquei fazendo minhas tarefas, mas durante este período recebi um telefonema, informando que o pai do Campanholi havia falecido. Comunicar notícia de morte não é fácil para ninguém e sobrou para mim fazer este comunicado e fui encontrar com eles na Praça Central de Osasco e estava procurando palavras para dizer o ocorrido, mas não tinha nada que ficasse simpático a não ser comunicar o falecimento do seu pai.
O Campanholi começou a chorar e eu o abracei e ficamos caminhando lentamente de um lado para o outro e os demais vendedores foram se aproximando e todos nos abraçamos, formando uma grande roda em volta do nosso companheiro. Ficamos assim por alguns minutos e dali ele foi direto para sua casa acompanhar o funeral. Quando ele voltou, veio agradecer um a um da equipe pela força e pela solidariedade que havia sido demonstrada.
Assim segue a vida. Um ajudava o outro e assim foi possível enfrentar todas as adversidades que éramos obrigados a enfrentar no dia a dia. Pequenos gestos que marcaram a vida de muitos vendedores. Sim, havia muita solidariedade.

Este assunto é muito abrangente e deve existir centenas de historias vividas por cada um dos vendedores, mas não tenho acesso a elas, portanto, fica aqui o convite: caso receba de vocês durante esta semana, historias sobre solidariedade que vivenciaram, publicarei o próximo capitulo somente com os textos que receber,
Fico no aguardo.







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