Capitulo
16 – Solidariedade e outras maldades
Conforme deixei aberto na
capitulo anterior, neste pretendo apenas contar histórias que receber. O grupo,
segundo os números apurados é composto de quase 200 membros, de verdade um
número muito bom, se realmente todos participassem ativamente da vida da
página, mas infelizmente a realidade é outra. Poucos se interessam ou dá até
para afirmar que nem olham a página de vez em quando, mas fazer o que? Vamos
seguir em frente e contar com a colaboração do pequeno grupo que faz a pagina
movimentar.
Na narrativa que pretendo
fazer neste capitulo, irei reprisar algumas histórias já publicadas e publicar
outras que recebi durante a semana, mas todas serão mantidas fidedignas ao
original e irei relatando, por vendedor, para que os méritos sejam atribuídos
ao autor da história. Convém ressaltar que nem tudo foram flores e é justo
também que seja aberto espaço para que a face oculta do cotidiano da LTN também
seja apresentada.
Os quatros anos que vivi na
LTN me transformaram numa outra pessoa. Até hoje, passados já 30 anos, ainda
utilizo lições que aprendi na época e coloquei em pratica em outras empresas
que trabalhei após o termino do meu ciclo na empresa. Recordo, certa ocasião,
após ter fracassado o projeto de ter a nossa editora, uma ideia que nasceu de
uma revolta de um grupo de 11 vendedores, que será assunto para uma próxima
publicação, eu me encontrava desempregado, sem dinheiro, pois havia investido
tudo que tinha na montagem da editora e nada dava certo, me vi, de repente,
arruinado, sem amigos e sem nenhuma perspectiva e um milagre literalmente
aconteceu.
Uma festa que mudou minha vida |
Quando cheguei na festa, ainda era cedo e o movimento estava pequeno, encontro com um rapaz chamado Walmir, que nunca mais o vi e que havia participado comigo num processo de seleção numa empresa química. Nos cumprimentamos e ele disse, sem eu perguntar nada, que estava desanimado com o trabalho dele, pois tinha que viajar diariamente e ele não gostava. Ele me perguntou:
- Você que não ficar no meu
lugar? Eu te apresento e tenho certeza que eles te contratam.
- Claro, respondi, qual é a
empresa e o que faz?
- É um laboratório de análises
clinicas e o serviço é vender produtos para realização de exames.
- Mas eu não conheço nada
dessa área, respondi
- Mas você conhece o mundo das
vendas e tenho certeza que você vai conseguir o emprego e fará carreira na
profissão.
Meu primeiro emprego na área de laboratório |
Voltando a LTN, talvez a
melhor empresa que trabalhamos, era formado por pessoas de personalidade
diversas, como toda a sociedade e lá sempre se encontrava pessoas que estavam
dispostas a se sacrificar por você como também pessoas que não hesitariam em
pisotear se alguém caísse em sua frente.Analisar pessoa a pessoa é
muito interpretativo. O que serve para um não presta para o outro, como mostra
os textos abaixo:
Um ícone na história do LTN
foi o Manoel. Ele foi talvez o que melhor homem de campo da empresa. Duro, mas
sempre leal. Nunca tratava diferente nem o recém contratado ou o mais experiente
da empresa. Todos recebiam tratamento igual e por isto todo o respeito que ele
goza até hoje de todos.
Mas teve uma situação que ele
até não gosta de comentar, mas insisti com ele e obtive autorização para
contar. Como é possível uma pessoa tão competente e dedicada a empresa como
ele, num rompante de raiva, chutar tudo pra cima e pedir demissão em caráter
irrevogável? Estranho, mas aconteceu e foi desta maneira que ele contou:
Era raro haver reunião de
emergência em São Paulo. Os assuntos eram sempre tratados diretamente com a
supervisão na base que estivessem trabalhando, mas certa ocasião havia um grupo
trabalhando em São Paulo e outro no interior. O Manoel, nesta oportunidade
estava trabalhando em Araçatuba, quando foi convocado a participar de uma
destas reuniões. Ele saiu de Araçatuba no período da tarde e já nas
proximidades de Sorocaba, na Rodovia Castelo Branco, devido às fortes chuvas
que caiam no local, o fusca que ele tinha, era novinho, água planou numa poça
d’água, vindo na sequencia capotar o veículo. Felizmente não houve ferimentos
no Manoel, mas o carro ficou destruído. Passado o susto inicial, o Manoel ligou
para a empresa para comunicar o fato e ficou aguardando socorro e nada de
aparecer alguém para ajudar. Tempos depois, o Silvio que também estava vindo
para a reunião, foi quem prestou ajuda ao Manoel. Lembro que o Manoel chegou na
empresa todo decomposto, irritado com a falta de atenção que foi dado a ele.
Veja como ele conta a gota d’água que faltava para o copo entornar:
No dia seguinte fui até a empresa e pedi ajuda pra arrumar
meu carro, a resposta do bundão do Thomas foi essa: Olha como vc é um funcionário antigo (fui
o primeiro), nós vamos fazer
um favor de te adiantar seu 13, aí eu perguntei
pra ele: e se fosse um pezinho????? ......ele me respondeu: azar dele aqui não
é casa de caridade. .... Fiquei tão puto com a resposta dele que resolvi
naquele momento sair da LTN e pouco tempo depois pedi demissão.
Como se percebe na narrativa acima nem tudo
eram flores, mas o Manoel voltou para a LTN tempos depois, quando o Joseph o
contratou para gerencia o escritório em Fortaleza.
Nem sempre a solidariedade foi presente no
cotidiano da LTN, talvez nunca tenha sido instrução da presidência da empresa,
mas sim de alguns gerentes, que se valiam do pequeno poder que tinham para
criar regras, muitas vezes absurdas. Vejam a história contada pelo vendedor
Jairo, que foi também um dos pioneiros da empresa
Já que o tema é
solidariedade, eu vou na contramão de tudo que estou lendo! Tive um acidente de
carro perto de Marília, bati a 120 km por hora, o carro deu perda total (era um
feriado) e tínhamos que se apresentar em Presidente Prudente no dia seguinte, como
me acidentei, fiquei uns 35 dias em recuperação, pois caí fora do carro e ralei
as costas inteirinha e o único a me visitar (em Paraguaçu Paulista -SP) onde
morava meus pais, foi o meu grande amigo ZUM! Quando me recuperei, fui ao escritório da LTN me apresentar ao meu gerente,
o Hernani, e me colocar a disposição e a solidariedade que tive foi a demissão.
Isso na época me deixou muito chateado, triste e sinceramente não levo uma boa
impressão da LTN até hoje, apesar de nem existir mais! Mas a vida se encarregou
de colocar todas as coisas no seu devido lugar graças a Deus, trabalhando sério
e com honestidade!
Tem uma outra história sobre injustiça cometida
pelos administradores da LTN, que se acontecesse hoje, com a Lei Maria da Penha
valendo, o pessoal da época corria o risco de serem presos. Quem conta este
episódio é a Fernanda Cara Soares, que não chegou a trabalhar na empresa como
vendedora, mas teve o dissabor de viver um momento inesquecível numa entrevista
de emprego para a área de vendas. Veja como foi contada por ela:
Trabalhava na conferência e certa vez fui me candidatar à
vendas. A resposta que obtive é que não me daria bem pois seria assediada pelos
vendedores e que para me dar bem, sendo mulher, teria que fazer vendas usando
meus dotes femininos. Claro que fiquei horrorizada com tamanha imbecilidade dá
parte da pessoa que me entrevistou e falei algumas coisas que me vieram à
cabeça no momento em defesa das mulheres e tal... Saí de lá desconcertada...Fui trabalhar com vendas na OESP Gráfica, onde pude
provar que podia ser representante sendo mulher.
Infelizmente, situações como as relatadas
acima devem ter acontecido centenas de vezes, mas não me contaram, portanto,
vou continuar com exemplos de solidariedade que acontecia no campo, como um
relato enviado pela C. Dourado que conto abaixo:
Saudoso Alexandre Sartorato. |
Nem tudo também era tragédia, havia também
muitas situações engraçadas, que acabaram de certa forma mostrando a amizade
existente entre os vendedores. Veja o que conta o Flavio A. Reis Leite. O nome
de guerra dele era Reis, mas foi com cachaça que ele aprontou esta:
Estávamos em uma lanchonete na esquina do calçadão quase em
frente ao Chamonix em São José do Rio Preto. Éramos uns 15 vendedores reunidos,
na maior descontração. Era mês de agosto e já fazia frio, embora a cidade seja
muito quente e ai rolava tudo. .
Uma turma tomava cerveja, outros refrigerante, entre eles estava eu e algumas porções de calabresa, batata frita na mesa. Estáva uma descontração total, até que um dos colegas incita: 'Reis se você tomar esse copo de pinga eu pago essa conta da mesa' foi um problemão, todo mundo falando bebe, bebe….
Uma turma tomava cerveja, outros refrigerante, entre eles estava eu e algumas porções de calabresa, batata frita na mesa. Estáva uma descontração total, até que um dos colegas incita: 'Reis se você tomar esse copo de pinga eu pago essa conta da mesa' foi um problemão, todo mundo falando bebe, bebe….
E do nada surgiu o copo duplo, cheio até a borda de cachaça
na minha frente, e com ele o incentivo de todos para que eu tomasse uma golada
da pinga, de uma só vez. Aquilo era muito mais que o meu limite de alcoólico
estava acostumado, mas o incentivo continuava e eu para não ficar mal perante o
grupo, encarei o copo e virei numa golada só. Foi um golpe certeiro no cérebro.
Depois de uns minutos estava passando uma fanfarra
tocando e eu já meio cheio de graça entrei no meio da fanfarra, e levei um
cacete na cabeça. Alguns vendedores foram me ajudar e virou um quebra quebra
generalizado. Eu sai dali e entrei no meu carro já bêbado e segui dirigindo no
meio do calçadão passando por cima de tudo, segui até o apto de minha namorada,
quebrei a cancela dá portaria e quando acordei estava no Hospital de Base,
quase parti dessa para outra vida, perdi dois dias de trabalho, coloquei o meu
emprego e o dos colegas em risco, mas os gerentes entenderam que foi a
brincadeira e terminou tudo bem
Mas o Reis proporcionou outra situação muito
engraçada, que ele conta hoje rindo, mas que na ocasião o deixou com vontade de
agir como uma avestruz, enterrando a cabeça na terra para ninguém poder vê-lo.
Trabalhando na
região de Bebedouro, fazendo TJ com vendedora Adriana, uma bela mulher, que o
meu supervisor Alexandre só deixava ela viajar comigo,
acho que por eu ter cara de bom moço. Uma
certa ocasião, estávamos eu e ela já final da tarde, voltando para o
atendimento, quando me deu uma dor de barriga insuportável, não havia chance de
eu chegar no hotel, parei na beira dá estrada, disse a Adriana ficar o carro eu
entrei correndo no meio do canavial onde fiquei quase meia hora de cócoras, até
aquela diarreia passar. Quando voltei para o carro já no escuro e sem lanterna,
ao me levantar para sair do meio do canavial, pisei sem ver nos restos da minha
dor de barriga. O cheiro era horrível e quando entrei no carro e fui dar
partida para seguir viagem, já notava a Adriana com o rosto coberto pelo odor
que vinha dos meus pés e como miséria pouca é bobagem, estaciona atrás do meu
carro uma viatura da Polícia Rodoviária e o policial já foi intimando desce,
tentei explicar, mas não foi preciso contar minha história, pelo perfume ele
entendeu, vai com Deus e cuide da alma. A Adriana chorava de rir o tempo todo, quando
chegamos no hotel, corri para o banho.
Grande amiga Leda |
Último dia de
campanha! Estávamos trabalhando Assis e região e hospedados em Paraguaçu
Paulista, num hotel muito do mixuruca. Eu ainda tinha muitos contratos para
serem feitos em cidades mais distantes que tinha deixado em 2º plano. No atendimento da manhã
fomos advertidos que a não solução de todas as fichas se refletiria no corte no
adiantamento por conta de comissão. Cruzes... não podia correr este risco.
Combinei um TJ com a Ângela e fizemos um roteiro com visitas, entre as minhas e
as dela, a 16 cidades (verdade!!!). Pegamos a estrada no meu bravo Fusquinha e
a poucos quilômetros rodados um caminhão jogou uma pedra no para-brisa do carro
que ficou todo estilhaçado. Paramos e, sem entrar em muitos detalhes da
dificuldade, conseguimos remover tudo. Então ficamos naquele impasse... como
vamos trabalhar? Foi quando a Ângela disse que tinha lido num livrinho de dicas
da Shell que se fechássemos os vidros laterais dava para dirigir sem problemas.
Verdade verdadeira, o vento não batia em nossos rostos e deu para trabalhar
tudo numa boa e o resultado foi que conseguimos renovar e até aumentar todos os
contratos antes do fim da tarde. Até aí tudo bem. Porém, quando estávamos
voltando caiu aquela tempestade... e bota toró nisso. Sem o para-brisa, as
gotas velozes batiam no meu rosto como agulhas e eu não tinha como dirigir.
Coloquei meus óculos escuros e a Ângela segurou, durante todo o percurso, uma
pasta de plástico abaixo dos óculos para me proteger. E toma água... nós
estamos tão encharcadas e apavoradas que não conseguíamos conter o riso! Bem
mais a frente, já próximas de Paraguaçu, conseguimos entrar num posto de
gasolina onde muitos carros também pararam para se proteger. Ficamos ali diante
de olhos estarrecidos e penalizados com a nossa situação e coragem. Foi aí que
pude olhar melhor para a Ângela e não acreditei!!! Ela vestia um conjunto
branco de algodão, que com aquele banho todo, ficou totalmente transparente,
ela estava praticamente nua!!! Nós riamos muito e fazíamos piada de tudo, quem
olhava devia nos achar meio loucas. Quando a tempestade passou pegamos a
estrada e voltamos para o hotel. Quando chegamos eu tive que sair primeiro para
ir buscar uma toalha de banho pra Ângela se embrulhar porque senão podia ser
presa por atentado ao pudor. Fomos rodeadas por nossos colegas de equipe na
maior gozação. Por onde passávamos deixávamos poças de água e só fomos para o
atendimento depois de um bom banho e roupas secas. Foi demais os risos e as
piadinhas maldosas. E.… esta foi uma das minhas aventuras inesquecíveis!
Uma
outra história que chegou de uma colega nossa a Léa, vale ser contada. Veja
como foi:
Eu
e o Fabricio, saímos de viagem com destino a cidade de Aracaju, no meu bom
fusca, que era pau para toda obra, que naquela campanha serviu para todos.
Naquela época as estradas não eram como hoje e estava um dia chuvoso e estava
numa reta muito longa e com o peso dos caminhões, formava um sulco no meio da
pista, o que dificultava dirigir o carro, que era baixo e se caísse no sulco,
bateria o fundo do assoalho no asfalto e com chuva era muito perigoso. A viagem
seguia com o maior cuidado, quando em dado momento surgiu um caminhão na contramão.
Como não tinha muita experiência, pois era a minha primeira campanha que estava
fazendo, pisei no freio…e, em segundos aquele minúsculo carro começou na
rodar...é um registro de memória inesquecível…aquele carro não parava…ainda bem
que não capotamos. Acredito que por estar em pequena velocidade…enfim. O fusca parou.
Ele encaixou em uma valeta na lateral da estrada...a parte traseira totalmente
enfiada...com os pneus rodando. Logo chegaram ajuda e os ajudantes sentavam na
frente, em cima do para-choque, e nada. Tinha muito capim na valeta...era caso
de guincho…, mas eis que vem um senhor de bicicleta que voltava do seu trabalho
com uma foice amarrada no guidão da magrela. Ele, muito simples, parou,
analisou, e, disse calmamente: o capim não vai deixar vocês tirarem esse carro daí.
Ele então desamarrou sua foice e começou a carpir...todos levantavam o carro na
direita, e depois para esquerda...aos poucos sobrou um espaço na valeta que
coube um macaco e conseguimos tirar o carro dali e seguimos viagem. Minha perna
tremia tanto que eu não conseguia controlar os pedais e passei a direção para o
Fabricio e não dirigi mais até chegar em Fortaleza, quando voltei de avião e despachei
o fusca em uma carreta cegonha. Até hoje recordo com carinho daquele
senhor, que espontaneamente, prestou um grande gesto de solidariedade a duas
pessoas assustadas que ele nunca havia visto na vida.
A Maria José Claro, conhecida pela maioria dos vendedores com Zezé, era muito querida de todos, foi certamente uma das vendedoras mais bem-sucedidas nos anos que trabalhou na LTN e que tem muitas histórias para contar e para fazer parte deste capitulo, ela relata um acontecimento que teve na cidade de Tupã, no interior de São Paulo. Veja como foi
A Maria José Claro, conhecida pela maioria dos vendedores com Zezé, era muito querida de todos, foi certamente uma das vendedoras mais bem-sucedidas nos anos que trabalhou na LTN e que tem muitas histórias para contar e para fazer parte deste capitulo, ela relata um acontecimento que teve na cidade de Tupã, no interior de São Paulo. Veja como foi
Estávamos
trabalhando na lista fazendo a cidade de TUPÃ. Hospedados em um hotel bem no
centro na praça principal. Era horrível o hotel de aparência. As acomodações
eram boas. Depois ficamos sabendo que antes era um hospital particular.
Arquitetura bonita, mas era tétrico. Aí, uma colega loirinha de olhos azuis
magrinha, e minhonzinha adoeceu. A levei para um hospital perto do hotel.
Precisaram interná-la. Aí começou todo o drama, pois ela precisa tomar
injeção...Misericórdia! Foi um terror, pois ela tinha medo. É muito medo de
tomar injeção. A enfermeira pedia que eu a segurasse, mas eu era também magrela
e do mesmo tamanho dela, não tinha forças, mas consegui segurá-la e a
enfermeira aplicou a injeção. Logo depois ela dormiu. Eu passei a noite
sentada, acordada cuidando dela. Amanheceu melhor e teve alta. Voltamos para o
hotel é ela estava curada. Fica aqui a ressalva que não se tratava da C. Dourada,
que naquela época ainda não trabalhava na empresa.
Para terminar este capitulo, que hoje será um
pouco mais curto que os outros, vou contar uma história recente que vivenciei e
que me emocionou: A cerca de um ano, eu estava ainda em
processo de reabilitação da cirurgia que havia feito na perna, quando recebi um
telefonema do Braw, dizendo que iria me visitar. Combinamos nos encontrar e
dias depois ele aparece na minha casa, acompanhado da esposa, do filho e do
Tridico. Era a primeira vez que a LTN chegava a minha casa. Foi uma grande
alegria revê-los e contamos historias, rimos de das palhaçadas do passado, tive
oportunidade de conversar por telefone naquele dia com a Ângela Guerreiro e com
o Paolo. Foi muito legal. Mas o que quero contar é a solidariedade do Braw para
com o Tridico. A história é triste, mas digna de ser contada. O Tridico tinha
uma vida organizada, uma boa casa em Catanduva, sua família, a mulher e 03
filhos viviam dentro da normalidade.
Uma coisa que incomodava o Tridico era a
Internet. Ele detestava chegar em casa e ver seus filhos e a esposa ligados nas
redes sociais e ninguém mais conversava. Ele estava se sentindo um estranho em
sua própria casa. Um dia, num acesso de raiva, ele arrebentou o roteador,
acabando o sinal da internet da casa e aí o imponderável aconteceu: o seu filho
mais velho, também tomado por um acesso de fúria, empunhou uma faca e esfaqueou
o Tridico na barriga. Ele foi internado, operado e ficou em coma por vários
dias e quando teve alta tempo depois, seu casamento acabou e os filhos foram
embora e ele passou a morar sozinho na casa, que abrigava sua família e entrou
em depressão profunda.
Voltou a ficar internado por vários meses. No dia que
veio me visitar, ele me contou que ainda morava sozinho, que já havia conversado
com seu filho, mas que agora ele tinha que tomar muitos remédios para ter uma
vida mais ou menos normal. Tinha medo de ficar sozinho na casa e por isso nunca
trancava a casa. Quando o Braw ficou sabendo da história, passou a convida-lo
para viajar com ele, de modo permitir que ele se recuperasse um pouco e foi com
este proposito que o Tridico veio me visitar. Outro que nunca abandonou o
Tridico foi o Paolo, que sempre que pode esta ao lado do companheiro. Infelizmente,
já não tenho notícias dele a mais de 01 ano e espero que tudo esteja bem com
ele.
Por hoje é isso. Semana que vem tem mais.
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