Fortaleza - todos merecem conhece-la |
Ao chegar no local da concorrência, o pregoeiro recebe as
propostas das empresas, todas em 02 envelopes lacrados, num constando os
documentos e no outro a proposta de preço. Aberto o pregão, todos os
participantes começam a conferir a documentação do concorrente e se estiver
faltando um documento, você é eliminado sumariamente. Quando tudo esta
conferido, as empresas consideradas aptas começam a participar de um leilão,
onde a ganhadora será aquela que oferecer o melhor preço. Simples assim.
Bem, esta introdução é apenas para dar inicio a um dos
momentos mais tensos e que senti mais medo em toda minha vida de viajante. Fui chamado na diretoria da empresa e
perguntaram se eu poderia ir de carro a Fortaleza participar da concorrência e
eu prontamente aceitei. Ainda faltavam 15 dias para a data de abertura dos
envelopes, mas por algum motivo que não consigo explicar, disse aos meus chefes
que viajaria no dia seguinte e iria aproveitar para divulgar a empresa
visitando alguns laboratórios no caminho. Na realidade, estava querendo chegar
logo em Fortaleza, onde o Manoel morava e ficar uns dias de folga. Tudo acertado me adiantaram um pouco de
dinheiro e a promessa de depositar em minha conta valores, na medida em que eu
fosse precisando para gasolina, hotel e refeição.
No dia da partida, sai cedo e pretendia dormir em João
Monlevade, pra que não conhece, fica uns 80 quilômetros depois de Belo
Horizonte. A viagem foi tranquila, embora já chegando a João Monlevade, tive
que enfrentar, sob muita chuva, um longo trecho de estrada muito sinuosa, mas
cheguei sem nenhum problema no hotel. Minha meta para o dia seguinte era chegar a
Vitoria da Conquista e dependendo do estado da estrada, talvez a Jequié, ambas
as cidades já na Bahia.
Tomei um café reforçado e comecei minha viagem em direção a
Vitoria da Conquista. A primeira cidade, saindo de João Monlevade, pela Rodovia
MG 381 é Bela Vista de Minas, um lugar pequeno, localizado no pé de um grande
morro. Bem, eu estava viajando tranquilo, embora com chuva, subindo uma grande
ladeira e bem no alto desta ladeira, a pista tem uma curva fechada, que de um
lado tem as paredes do morro e do outro um precipício . Não sei como esta aquela estrada hoje, mas naquele dia que eu
passei por lá, não havia nenhuma proteção.
A curva, não era difícil de ser feita, creio que com o tempo seco,
poderia ser contornada, sem dificuldades com velocidade de 80 km por hora, mas
no momento que eu estava passando por ela meu carro derrapou no óleo deixado
pelos caminhões e o carro saiu girando em direção ao abismo e como ainda não
era minha hora, o carro caiu com a roda esquerda traseira num buraco e parou.
A curva que me acidentei pode ter sido esta, segundo o Google |
Embora tenha parado, o
carro ficou atravessado na pista contrária e eu estava desesperado, querendo
tirar o carro daquela posição e nem estava imaginando o perigo que havia
corrido. Só queria tirar o carro daquele local,
pois tinha medo que algum outro veiculo viesse de encontro. Com muito
esforço, consegui endireitar um pouco o carro, deixando-o alinhado com a pista
contrária, mas já não conseguia rodar mais, pois o eixo traseiro havia quebrado
com a pancada. Demorou uns 30 minutos para chegar um carro guincho da cidade de
Bela Vista de Minas. Com meu carro guinchado e começar a seguir em direção a
cidade, não tinha ainda percorrido nem uns 100 metros, um carro derrapa na
mesma curva e passam reto em direção ao abismo. Se eu tivesse ficado ali mais
uns minutos, este veiculo iria se chocar diretamente com o meu e ai o resultado poderia ter sido
outro. Neste acidente, no carro que caiu no abismo tinha 03 pessoas todas
morreram.
Meu deu uma crise de nervo, de medo, uma coisa muito estranha.
Nunca senti nada deste jeito. A impressão é que eu tinha alguma coisa muito
forte ao meu lado, me protegendo. Meu anjo da guarda me afastou da morte aquele
dia.
Fiquei parado em Bela Vista de Minas por 04 dias esperando chegar um novo eixo e neste tempo acompanhei a angustia das famílias das pessoas que haviam morrido. Eram todos moradores da cidade e a consternação era geral. Fiquei sabendo depois que já tinham acontecido muitos acidentes naquela curva, alguns com vitimas fatais.
Fiquei parado em Bela Vista de Minas por 04 dias esperando chegar um novo eixo e neste tempo acompanhei a angustia das famílias das pessoas que haviam morrido. Eram todos moradores da cidade e a consternação era geral. Fiquei sabendo depois que já tinham acontecido muitos acidentes naquela curva, alguns com vitimas fatais.
Quando o carro ficou pronto, segui viagem para Fortaleza e o
resto da viagem foi tudo tranquilo, mas posso dizer que a morte me pediu carona
e eu quase parei para ela montar.
Continua
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